segunda-feira, 4 de junho de 2018

Decisões e consequências

     Vivemos dias de apreensão, dúvidas, dificuldades a partir dos movimentos dos transportadores rodoviários de cargas, dos anúncios de medidas do governo a partir da pressão gerada, incluindo a confusão de informações desencontradas, boatos, notícias e outros. 
      Décadas atrás quando optou-se pelo monopólio de refino e distribuição de derivados de petróleo para Petrobrás, já havia conhecimento suficiente para saber que um negócio tão grande e sem concorrência não teria controle de custos, nem busca por eficiência administrativa. A concorrência plena é quem faz preços caírem, nunca um monopólio. Para piorar, o controle deste monopólio é estatal num país em os sucessivos governos fazem todo o tipo de política, muitas vezes eleitoreiras com os patrimônios da nação. As decisões pelo monopólio do refino e distribuição, com controle estatal não teriam outra consequência senão preços altos, situação agravada nos últimos anos pela escalada dos tributos. 
      Com os atuais 45% de impostos sobre os combustíveis, ou seja, praticamente a metade do preço, mesmo a melhora da eficiência e a redução da interferência estatal seriam insuficientes para termos preços em níveis aceitáveis. Os combustíveis impactam em absolutamente todas as cadeias produtivas e estes tributos são boa parte do que se convencionou chamar de custo Brasil, que impede nossos negócios de serem mais eficientes. Sem concorrência, gestão política e 45% de tributos como alguém imagina ter preços compatíveis com a necessidade dos setores produtivos?
      Quando decidiu-se trocar os investimentos em ferrovias, de custos bem menores, por grandes contratos de construção de rodovias, estimulando a criação de grandes empreiteiras e incentivando fábricas estrangeiras de caminhões para se instalar no Brasil, já era sabido que o país seria refém do transporte rodoviário de cargas. Alguém tem notícia de um país desenvolvido que tenha um único modal logístico? 
      Colhemos hoje os resultados daquelas decisões. 
      Um país dependente de um único modal logístico, que depende de um único combustível, que é controlado por uma única empresa, com gestão política, com preços regulados pela demanda e oferta internacional, são decisões que tem as consequências conhecidas. 
      Ao invés de planejar o futuro, parece que nos surpreendemos com os resultados óbvios das nossas próprias decisões! Queremos um país diferente, fazendo sempre a mesma coisa?
      Um abraço e até a próxima!   

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