segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Inovação pessoal e nos governos

     Muita gente fala em inovação, mas pouca gente inova e o motivo é bem conhecido: a resistência à mudança. Engajar as pessoas nas empresas ou nos governos é fundamental para buscar inovação. Tentar transformar o jeito de pensar das pessoas envolvidas com a evolução proposta é sempre uma tarefa difícil.
     O que vimos tendo de inovação ao longo da história mudou decisivamente e para melhor a vida das pessoas, o trabalho, o lazer, a saúde, a informação, mas infelizmente ainda se sofre muito com a resistência a inovação e as mudanças. Claro que não é possível transformar tudo ao mesmo tempo e na mesma velocidade, mas mudar é uma necessidade e quem resiste geralmente está numa zona de conforto que não consegue perceber o óbvio e até repete que “é assim e pronto”, “isso nunca vai mudar”, “Não adianta, não vai funcionar.”
     Ao estudar um pouco sobre como promover a inovação logo se aprende que esquecer é tão importante quanto lembrar. As crenças, as experiências e os ambientes moldam a forma como cada um vê e pensa o mundo. Como você já deve ter lido e ouvido em muitos meios: somos o que acreditamos, aprendemos e vivemos. O problema é que muita gente se molda e passa a pensar que deve ser daquele jeito para sempre. Todavia, o contexto muda rápido e com a mudança surge a necessidade de mudar também, ou ficar trabalhando, vivendo e tomando decisões com base num contexto que não é mais parte da realidade. Para quem ainda não havia se dado conta, Darwin mostrou através da teoria da evolução, que sobrevivem e prosperam aqueles seres que conseguem se adaptar melhor ao contexto que surge. Para isso, primeiro é necessário criar novas formas de pensar e isso exige esquecer algumas outras. Não porque precisa liberar espaço na mente para as novas ideias, mas porque para pensar de um jeito novo, é preciso deixar para trás ideias que não valem mais, velhos hábitos, conceitos pré-concebidos, informações, normas, leis, padrões, que não existem mais, para dar lugar ao novo. Infelizmente o número de pessoas resistentes a rever os conceitos que criou ao longo da vida ainda é grande e dependendo da posição destes nas organizações públicas ou privadas, ocorre o sacrifício de ideias, muitas iniciativas, com desmotivação e perdas. 
     Com mais acesso a informação e mais processos automatizados, muita coisa está ocorrendo mais rápido e precisamos enquanto sociedade questionar a todo o momento porque estas mudanças não ocorrem dentro dos governos. Porque sempre tem que ter alguém para dizer que “não dá”, que “não pode” fazer melhor, mais rápido, mais eficiente, melhor? Para os governos municipais, estaduais e federal deixar de atrapalhar o desenvolvimento e passar a contribuir mais com seu poder de influência e regulação, é preciso mudar muito desta estrutura rígida, pesada, burocrática, cara, lenta, que só gera ineficiência. 
     Estruturas de governança flexíveis, leves e ágeis têm sido mais eficientes, mais prósperas e têm ganho mais espaços em suas áreas de atuação. É preciso mais disposição para enfrentar a resistência daqueles que se negam a mudar a si e as práticas ao seu redor. Isso não é fácil, mas é possível, pois vemos pessoas com iniciativas, visão e propostas de inovação em vários setores públicos ou privados, e é fato que há gente fazendo muita diferença, inovando em todos estes setores.
     Muitas vezes é preciso desconstruir para reconstruir. Quem não está preparado para isso, muitas vezes só aprendeu a acumular e a construir. Para inovar é preciso desapego, inclusive com o que a própria pessoa criou, construiu, acumulou no passado, que possivelmente fazia muito sentido, mas que atualmente pode ser uma barreira para avançar nos novos tempos.
     As melhores inovações vêm dos grupos, pensando juntos, atentos às mudanças e as adaptações necessárias. Provoque este espírito na sua casa, na sua empresa, nas entidades em que participa. Uma pergunta importante para reflexão sobre cada assunto com o qual nos deparamos é “Qual foi a última vez que você mudou de opinião sobre isso?”
     Um abraço e até a próxima!

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