sexta-feira, 8 de maio de 2020

Vendendo na pandemia


             Na semana passada relatei sobre um estudo que realizamos sobre o comportamento de consumo durante a pandemia. As informações interessaram a leitores que pediram por mais detalhes do estudo e segue aqui mais alguns resultados. Para quem não leu ou não lembra o texto da semana passada, a coleta de dados foi realizada no início do mês de abril, por email e perfil de professores e estudantes da FAHOR nas redes sociais, com 676 consumidores, de diversas faixas etárias, níveis de renda, escolaridade e locais de residência.
             Complementando os principais dados apresentados na semana passada, pode-se destacar os principais hábitos que as pessoas deixaram neste período de pandemia. 85% dos respondentes afirmam que deixaram de ir a bares e restaurantes e 80% informa que deixou de frequentar eventos sociais, incluindo encontros de família e amigos, cultos ou missas. Só estas 2 informações já mostram o quanto bares, restaurantes, promotores de eventos culturais, esportivos e de lazer estão precisando se “reinventar”, mas geram ainda um forte indicativo de que o comércio de roupas, calçados e acessórios que tem nestes momentos e nas trocas de estações, alguns dos mais fortes apelos para vendas, precisam identificar outras alternativas. 76,13% afirma ainda, que um dos hábitos que deixou, foram as idas ao centro da cidade e às lojas. Esta informação mostra o tamanho do público com potencial para venda on line e o quanto é importante que as lojas tenham em paralelo a abertura (física) dos estabelecimentos, soluções de venda on line e tele entregas.
35,35% das pessoas afirma que deixou de usar serviços como salão de beleza e barbearia e 33% indicou viagens e excursões como serviços cancelados ou suspensos neste período. A boa notícia para os setores de serviços, é que o restante não é indicado por uma fatia mais significativa como possíveis cancelamentos, ou suspensões.
              Os novos hábitos a partir da pandemia, podendo indicar mais de 1 opção também foram identificados e 57,54% afirma que passou a ter mais cuidados com a higiene pessoal, sendo que 54,88% diz que passou a limpar mais e com mais frequência as suas casas, enquanto 54,73% afirma que passou a higienizar mais alimentos e bebidas. Este conjunto de novos hábitos mostra oportunidades evidentes para produção e vendas de mais produtos de higiene e limpeza, como combos e kits de limpeza mais práticos e mais bem adaptados aos novos usos novos.
Cozinhar mais, com 51,63% e comer mais, com 51,18% estão entre as mudanças de hábitos mais frequentes e mostram oportunidades de vendas para mais equipamentos e acessórios de cozinha, gás, ingredientes, inclusive novidades nas linhas consideradas gourmets. Parte do público tem estas respostas combinadas com o hábito de assistir mais televisão, onde os programas e canais dedicados a culinária/gastronomia passaram a ter mais espaço. Empresas locais que vendem produtos destas linhas deveriam expor mais digitalmente e comunicar mais e melhor as suas ofertas.
Trabalhar em casa é um hábito novo para 41,66%, sendo que 40% passou a cuidar mais da casa e do jardim e 28% passou a concertar mais coisas em casa e na empresa. Este conjunto de novos hábitos permite entender que móveis como mesas e cadeiras novas, mais ergonômicas para trabalhar em casa tem aumentado a probabilidade de vendas. Equipamentos e acessórios para pequenos concertos e produções, do tipo faça você mesmo, assim como artigos que deixam a casa mais aconchegante, mais confortável e mais usual para todos que passaram a ficar muito mais tempo em casa, tem aumentado o potencial de vendas, e pode ser aproveitado por empresas que atuam no setor que anunciarem mais, principalmente nos canais digitais, de veículos locais.
          Ainda sobre os negócios locais, a grande queixa, é sobre os preços dos produtos. Na sequencia a variedade e disponibilidade e ainda o atendimento é uma forte justificativa para aqueles que compram fora de seu município. Estes e outros pontos desta e outras pesquisas são importantíssimos, com ou sem pandemia e precisam ser melhor geridos por aqueles que querem sobreviver e se desenvolver.
         Finalizo reforçando que as mudanças de hábitos do consumidor vão mostrando oportunidades de produção e vendas durante e após a pandemia. Algo que não muda é que quem quer vida longa aos seus negócios, precisa entender melhor o comportamento dos seus públicos.
                Um abraço e até a próxima!

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