quarta-feira, 19 de junho de 2013

Como blindar o casamento e o negócio

“Uma conduta irrepreensível consiste em manter cada um a sua dignidade, sem prejudicar a liberdade alheia.” O conceito é clássico, a frase é de Voltaire e compartilho por entender pertinente para estes dias turbulentos, de manifestações, discussões entusiasmadas sobre liberdades reprimidas, ou excessivas e tantas versões diferentes para as verdades.

Um dos grandes desafios das empresas familiares indiferentemente do porte, é separar questões familiares e conjugais dos negócios. A questão é antiga e cada vez mais atual, pois acumulam-se os exemplos provando que os negócios vão muito melhor, quando bem separados das emoções e relações pessoais. Sobre este tema, Almir Rizzato, da RZT Comunicação entrevistou o consultor José Carlos Ignácio, diretor da JCI Acquisition, e compartilho com os amigos leitores nesta semana, trechos do texto.
Um relacionamento conjugal exige dedicação, paciência, amor e companheirismo, mas quando o casal também é sócio de um empreendimento, mais exigências se acumulam. Como fazer com que eventuais problemas no trabalho não atrapalhem o casamento? E como não levar discussões conjugais para os negócios?
Ignácio explica que é preciso blindar as duas situações em termos de local e horário, inclusive para discussão de problemas e tomada de decisões. “Tudo que envolve a empresa deve ser tratado dentro dela. E assuntos familiares devem ser tratados em casa, ou a caminho da mesma, preservando radicalmente a convivência familiar”.
O consultor afirma ainda que é importante assumir o papel e a postura adequada em cada situação, bem como a dinâmica pré-estabelecida de convivência. “O dia a dia da empresa exige energia, racionalismo e agilidade, o que é completamente diferente da situação doméstica, onde a afetividade e dinâmica familiar predominam. Em resumo: o boné de Diretor financeiro, por exemplo, cabe bem na empresa, não substituindo em casa o boné de marido ou pai.”
Outro ponto ressaltado pelo especialista é a preservação do diálogo permanente, baseado em confiança mútua e comprometimento com os objetivos de cada grupo, em ambos os ambientes. “A discussão honesta de divergências cabe em ambas situações, sendo que o que muda são os assuntos, a relação de poder e a dinâmica de tomada de decisões. Consequentemente, é essencial evitar empurrar as discórdias para debaixo do tapete, pois as mesmas se transformarão em bombas de efeito retardado, deteriorando a relação”, completa Ignácio.
O consultor entrevistado também entende que é preciso avaliar se há harmonia entre o casal e, em hipótese nenhuma, encarar o negócio como a salvação de um casamento que não vai bem. “Um bom relacionamento pessoal pode gerar uma boa sociedade, mas uma sociedade não corrigirá um relacionamento ruim.”
Um caminho que muitas empresas familiares escolhe para se protegerem de prejuízos á empresas por conflitos conjugais, ou familiares de qualquer natureza é a formação de holdings, ação que também gera economia fiscal em ações como inventários e outros. Todavia, alertamos sempre que estas decisões devem ser tomadas enquanto a empresa e a família estão no seu melhor momento, pois quando a situação começa a ficar difícil, a confiança fica abalada e alguns começam a desconfiar e não se engajar em ações coletivas, por mais salutares que possam ser.


Um abraço e o desejo de prosperidade a todos os leitores!    

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