quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Os desafios do varejo


                  Só quem atua no varejo sabe o quanto é desafiadora esta atividade empresarial. A percepção aumenta ainda mais porque muita gente inicia suas atividades imaginando que é fácil locar um ponto, prepará-lo e colocar mercadorias à disposição das pessoas. Dentre os muitos desafios está a atenção no comportamento do consumidor.
Na nova classe média por exemplo, tanto o homem quanto a mulher trabalham, sendo ela, ao mesmo tempo mãe e profissional, vê seu smartphone como uma ferramenta para economizar tempo e dinheiro, tudo com estilo e elegância. As empresas que não prestarem atenção nestas peculiaridades serão ultrapassadas por outras mais atentas, na opinião de Paco Underhill, especialista em comportamento do consumidor e autor do best-seller “Vamos às Compras” traduzido em 27 idiomas, obra que recomendo.
Todos sabemos o quanto a tecnologia vem contribuindo para o desenvolvimento do varejo nos últimos anos, mas estimular a experiência do consumidor tem se mostrado uma das ações mais eficientes na decisão de compra. É preciso lembrar que cada ambiente é único, permitindo experiências únicas e por isso, todos os elementos deste ambiente devem ser analisados, podendo ser utilizados para garantir a melhor interação entre os produtos oferecidos e os clientes. “Quem compra no centro de Salvador, na Bahia, encontra músicos percussionistas e isso faz parte da experiência do consumidor, mesmo com o calor forte e as ruas um pouco sujas. É algo mais humano”, comenta Paco Underhill, antropólogo norte-americano, em entrevista a blog Mundo do Marketing.
Underhill diz na entrevista que as cidades brasileiras não estão abrindo novos shoppings para servir a novas marcas, mas para roubar as marcas de outros. É muita concorrência e o país também enfrenta um sério problema de transporte público, dificultando a ida a estes estabelecimentos. Assim, para o pesquisador, o futuro de qualquer centro comercial, grande ou pequeno depende de uma melhor mobilidade urbana. Outro desafio citado pelo autor é “as Classes A e B estão fazendo suas compras fora do Brasil. Se quero uma bolsa da Gucci, ela acaba sendo mais barata em Miami, nos Estados Unidos, do que em São Paulo. Isso é um dos desafios para as lojas brasileiras.”
Para atender melhor o novo perfil do consumidor, é preciso reconhecer que ele vê o seu smartphone como uma ferramenta e se importa com a maneira como este afeta sua qualidade de vida. O novo consumidor precisa economizar tempo, dinheiro e, ao mesmo tempo, busca fazer isso com estilo e elegância. Para Underhill, a tecnologia faz parte da solução no longo prazo, mas, no marketing de varejo, ela deve gerir melhor a cadeia de suprimentos. É a tecnologia que não vemos que permite preços mais baixos e frutas e vegetais frescos chegando ao mercado rapidamente.
O comportamento do consumidor mudou tanto nos últimos anos, que em muitos casos se inverteram os tipos de produtos que cada gênero tinha maior influência na decisão de compra. As mulheres estão decidindo desde carros a produtos eletrônicos, o que algum tempo atrás eram deixados para os homens resolverem. Enquanto isso, os homens estão decidindo e assumindo compras da linha gastronômica e fazendo muitas compras de família. O comportamento das diferentes gerações também modificaram bastante as relações do varejo e por tudo isso e muito mais, o lojista independente do ramo de atividade não pode mais seguir atendendo e compreendendo todos da mesma forma.
Para finalizar, é preciso destacar a importância de ter informações atualizadas sobre os clientes e também sobre os não clientes para tomar decisões que possam qualificar seus resultados. Todavia, tão importante quanto obter os dados é saber como analisar, para que as respostas possam fundamentar decisões seguras, em busca dos resultados esperados.


Um abraço e até a próxima semana!  

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