sexta-feira, 16 de maio de 2014

Despertando inovação

                Você já deve ter lido e ouvido muito sobre inovação, inclusive nesta coluna. Volto ao assunto nesta semana, incentivado pela leitura de uma entrevista da revista Exame, com David Kelley consultor atuante numa das regiões mais inovadoras do mundo, o Vale do Silício, na Califórnia, EUA, onde também é professor na Universidade Stanford. Acaba de chegar ao Brasil o livro Confiança Criativa, escrito por ele e pelo irmão, Tom Kelley e assim creio que as ideias sobre inovação, oriundas do autor, estão bem apresentadas.
                Para Kelley, criatividade não se ensina, se desperta. Para muitos parece impossível tornar alguém criativo, mas a verdade é que todos podem. Ele lembra que com o tempo, e às vezes por culpa das empresas, (ou das famílias e das escolas, acrescento), as pessoas desistem de correr riscos. No entanto, é possível recuperar essa confiança e tornar-se criativo. Vejam que uma pessoa criativa não tem medo de tentar. Pessoas criativas arriscam, mas o processo tem muito mais científico do que pode parecer. Todas as pessoas criativas são sistemáticas na forma de pensar, embora quase nunca se deem conta disso.
                Para inovar nas organizações, a recomendação é observar como os clientes interagem com os produtos, pois desta forma se torna mais fácil perceber as necessidades. Tolerar o erro, porém, está longe de significar disposição para perder dinheiro. “A mediocridade é o preço mais caro que uma empresa pode pagar”, diz o autor. Com inovação, surgem internamente novas perspectivas, inspiração e novas formas de ganhar dinheiro.
                Inovação é o oxigênio para as corporações, mas sabemos que ainda parece ser exceção, em algumas organizações onde os executivos passam horas em frente a um computador e falam com as mesmas pessoas. É preciso ir para a rua e conviver com quem usa o que você oferece ou quer oferecer, pois é no campo que as grandes ideias surgem. Erroneamente muitas organizações costumam ter uma grande ideia e depois ir a campo para procurar entender como as pessoas lidaram com o que foi criado. Quando se começa um projeto pelo desejo ou necessidade de quem usará, a comercialização que é o que trará resultados, ficará facilitada e em muito. 
                O autor cita algumas de suas clientes como exemplo: a 3M, onde 15% do tempo das pessoas deve ser dedicado a tentar algo novo, que pode dar certo ou não e o Google, onde esse tempo sobe para 20%. Estas e outras empresas sabem que é preciso ter muitas ideias para chegar a uma muito boa. Por isso que há muitas coisas interessantes acontecendo nelas, o tempo todo.
                As mudanças levam muito tempo e por isso é preciso iniciar de forma pequena, por exemplo, criando um programa de incentivo à inovação. Na medida em que aparecem  resultados, mais gente desperta para inovar, criar. As pessoas podem não entender o processo criativo, mas elas sabem muito bem o que é sucesso e vão querer embarcar nele.
                Finalizando, amigos leitores, é preciso lembrar que a maioria aceita o caminho mais fácil, que é seguir a mesma rota sempre. Por este motivo precisamos nos questionar a todo o momento, pois não é por que todos estejam fazendo que é correto, nem porque ninguém fez que está errado. O sucesso vem por fazer diferente, mas este é o caminho que tem o início mais árduo.
                Um abraço e até a próxima!

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