
Para
quem precisa produzir para vender, gerar empregos e tributos, ficar parado
esperando o desenrolar da história é muitas vezes a pior estratégia, por isso,
é preciso ficar atento ao que os executivos mais bem sucedidos fazem nestes
momentos. Na última edição da Exame, há uma entrevista com o gaúcho José Galló,
presidente da Lojas Renner, que além de executivo de sucesso há anos, figura
como um palestrante requisitado em todo o Brasil, pela clareza e postura diante
das mais diversas situações e cenários. Galó tem afirmado que se prepara tanto
para crises reais, quanto para as imaginárias, sendo que quanto a 2015, ele afirma
que a crise é real e impactante, principalmente para o setor do vestuário, onde
ele atua, que deve recuar mais de 1%, considerando ainda o alto endividamento
da população. Todavia, diante deste cenário, o empresário afirma que sua
estratégia não vai mudar e relata que mesmo com a previsão de estagnação, em
2014 a Renner abriu 54 lojas e cresceu 19,4% em receita, para 5,2 bilhões de
reais, sendo que em 2015 pretende abrir mais 45 lojas.
Este
e outros empresários que mantém empresas em constante crescimento há muitos
anos, são aqueles que veem oportunidades e investem, também onde os demais veem
barreiras e recuam. Quem recua vai faturar menos, vai até encerrar operações,
vai mandar gente boa embora, o que representa uma oportunidade para quem está
capitalizado e preparado para assumir estes pontos de vendas, contratar estes
talentos e levar novidades aos mercados. Manter um controle rigoroso dos
custos, considerando desperdício como pior inimigo, em anos ótimos ou péssimos
é o mínimo a fazer para estar sempre bem preparado. A Renner por exemplo, mesmo
ampliando suas operações com a novas 54 lojas, conseguiu reduzir os custos em 1%
da receita líquida, o que poderia parecer pouco, mas gerou 46 milhões de reais
de economia, conquistados em revisões nos pequenos detalhes. Agora, pense bem
em quantos detalhes destes, às vezes nem tão pequenos existem na sua
organização?
O
consumo estagnado, vendas em baixa em várias áreas, inflação em alta e câmbio
imprevisível, não é bom para ninguém. Todavia, quem está com “a casa em ordem”
pode se beneficiar de algumas situações que vão aparecendo nestes momentos.
Além do mais, um bom ambiente de trabalho, o lançamento de um produto inovador,
uma boa estratégia de marketing, uma campanha promocional certeira, pode fazer muita
diferença nessas horas. Uma boa capacidade de geração de caixa e o
endividamento bem controlado, tecnicamente chamado de índice de solvência, é
chave para a tranquilidade nos investimentos nos períodos de crise. É possível
ver em publicações como Exame, Época Negócios, Isto é Dinheiro, dentre outras,
rankings sobre companhias com maior e menor capacidade de geração de caixa e
também maiores e menores endividamentos. Fica evidente nos momentos de crise que
quem passa a investir e crescer mais, são as que estão na ponta de cima do
ranking de solvência, independente do setor de atividades.
Quem se preparou para ter boa
capacidade de geração de caixa e endividamento controlado não vai crescer
automaticamente, claro, mas está muito mais bem posicionado para aproveitar as
desordens que se estabelecem no mercado em crise. São organizações que fizeram
muito boa gestão em momentos de fartura, para não ter sustos nos períodos de
aperto.
Finalizando,
tenho alertado que muitas vezes não é a crise que está criando dificuldades das
empresas, pois ao circular no meio vejo muitas dificuldades por disputas
societárias, familiares, até, outras muito mal geridas, também as que não
inovam em nenhum setor a anos, ainda aquelas que não se organizam minimamente,
e sinceramente, em todos estes casos, a crise representa uma boa desculpa para
não resolver os problemas estruturais do negócio.
Deixo um abraço a
todos e até a próxima!