sexta-feira, 13 de abril de 2018

O que há de pior entre nós?


Nos últimos tempos corrupção é assunto mais frequente nas rodas de conversa do que futebol, ou novela, não é mesmo? Eu sei os nomes e parte do curriculum de todos os ministros do STF, mas não sei a escalação do meu time, campeão gaúcho de futebol! Os amigos perceberam o quanto mudou parte dos assuntos dos brasileiros?
É preciso mudar muito mais! Muitas vezes me vejo em conversas como de onde veio e para onde vai nos levar este jeito de ser de tanta gente, que por vezes vira marca de nossa pátria. O que há de pior entre nós? Talvez os ensinamentos que vem de muitas casas, ou se aprendem na rua de que é preciso levar vantagem em tudo, com o passar dos anos tenha produzido um contingente maior destes, do que os demais podem suportar.
O hábito de querer levar vantagem em tudo pode começar em pequenas fraudes nas brincadeiras de criança, nos “roubos” em jogos de carta inocentes, passando para fraudes mais graves como cola nas avaliações da escola, e pagar um lanche para um colega colocar seu nome num trabalho que não teve muita ou nenhuma participação. Com a frequência, estes hábitos podem deixar parecer natural atos como adquirir aparelho que capta sinal pirata de TV por assinatura, adquirir filmes, aplicativos, softwares, piratas, adquirir produtos de origem duvidosa, ou sabidamente fruto de furto, ou contrabando, oferecer propina para o agente de fiscalização, ou transferir pontos da habilitação para outra pessoa ao cometer uma infração de trânsito, só para ficar em alguns exemplos. Nesta sequencia de hábitos, vai parecendo natural deixar de pagar contas, ignorar leis de trânsito, sonegar tributos, negar direitos de pessoas da família, dos trabalhadores, de vizinhos e de clientes. Entendo que estes hábitos, que até em algumas rodas encontra-se quem os incentive, está na lista daquilo que há de pior entre nós.
Os corruptos que estão sendo denunciados, respondendo por parte dos seus crimes, uma parte sendo estranhamente absolvida, uma pequena parte sendo presa por crimes contra a nação e a economia, os canalhas, os patifes que levam dinheiro público que deveria ser investido em atendimento a saúde, em educação e profissionalização do nosso povo, os crápulas que levam parte da integridade da política, não começaram do dia para a noite. A quem duvidar, peço que leia suas biografias, histórias contadas por quem os conheceu quando não eram influentes e famosos. Verão que delitos menores, hábito de levar vantagem em tudo está presente em muitos relatos e momentos da vida.
Uma cola na prova, um pequeno furto de frutas, um golpezinho aqui e outro ali, sem punição formam um caráter! Ter desejo, passar necessidades e dificuldades diversas sem pegar o que não é seu por direito, sem fazer o que sabe que é errado, mesmo quando ninguém está vendo, forma um caráter diferente! Estes últimos, são hábitos que caracterizam aqueles que já não suportam mais aqueles que sempre querem levar vantagem, sem querer saber quem terá que perder, se sacrificar, trabalhar ou sofrer, para eles terem o que querem, mesmo que não lhes seja de direito.
O problema que vejo nestes pontos e no conjunto imenso de outras questões relacionadas e que estão vindo à sua mente agora, é que parte disso tudo está se misturando as ideologias, aos partidos políticos e vemos os radicalismos se fortalecendo. Os radicalismos em alguns momentos são necessários para termos mais claro as fronteiras dos pensamentos sobre determinados temas, mas quando os moderados não surgem, não se avança e não se constrói. Num país arrasado pela corrupção, que teve as bases frágeis da economia abaladas pelas crises políticas, os moderados teriam um papel importante lembrando que reconstrução nas proporções que necessitamos, só é possível com muita coalisão, cooperação, compreensão e desenvolvimento coletivo. Não se combate radicalismo com radicalismo da outra extremidade, pois a reação é mais antagonismo e aí, é o fim!
Que possamos juntos e de todas as formas, reduzir e muito, o que há de pior está entre nós!
Um abraço e até a próxima!

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