sexta-feira, 6 de abril de 2018

Uma provocação aos pessimistas


Numa entrevista de tempos atrás o conhecido Professor e Filósofo Dr. Mário Sérgio Cortela teria sido chamado de otimista, quando na ocasião respondeu, não, sem antes fazer toda uma contextualização. Vez por outra o vídeo deste trecho provocativo da entrevista, passa pelas redes sociais. Nesta edição optei por compartilhar alguns trechos, comentando um pouco, pois acompanhar as notícias, em especial da economia, política e justiça, por vezes nos deixa em dificuldades em ser otimista com o Brasil, e com o mundo.
No trecho que circula, depois de ser perguntado se estava otimista, Cortela faz uma espécie de desabafo e diz categoricamente que “o pessimista antes de tudo é vagabundo”, justificando que o fato de ser otimista gera um trabalho danado e desgaste, pois é preciso ir atrás de fatos, estudar o contexto, trocar ideias, reunir-se com outros que estudam o assunto para criar e promover algo e discutir com os pessimistas. Enquanto isso, segundo ele, para ser pessimista pode-se limitar-se a dizer que não vai dar certo. O professor lembra que a frase preferida do pessimista é “Que horror, alguém tem que fazer alguma coisa.” e critica os pessimistas quando sentam e ficam esperando algo dar errado nas propostas e ações de quem tem esperança e assume responsabilidades para si. Ele lembra ainda que quando alguém responde ou mostra ao pessimista que não está dando errado, ouve-se aquela tréplica habitual “espera para ver no que vai dar”.
Ser pessimista é confortável, pois tudo o que ocorre com ele, com as pessoas próximas, com a cidade e com o país, pode ser atribuído as forças que estão fora ou longe. Vejam que tem gente que fala de Brasília e não vê as atitudes que pode mudar em si mesmo, na sua casa, na empresa, na comunidade. Cola e comete fraudes na escola, deixa de pagar contas, ignora leis de trânsito, sonega tributos, nega direitos de pessoas próximas, tenta levar pequenas vantagens a qualquer custo e critica as lideranças de entidades e os políticos. Contribui pouco com a comunidade e quando o faz é para ter plateia para ouvir as críticas e as opiniões sobre o que não vai dar certo, e ainda faz comentários como “...as pessoas não participam...” e “Hoje em dia os jovens...”.
Cortela lembra que quando cobrado por não participar e tentar mudar o que não concorda, o pessimista costuma dizer “Eu não vou lá, porque é uma brigaiada só!”, ou “É só perda de tempo, porque não decidem nada”. Todavia, quando uma decisão é tomada e ele não gosta ou acontece algo que ele não deseja, saem comentários como “Viram? Isso aqui não funciona, é um absurdo!”
Diretamente sobre a pergunta em relação a suposto otimismo quanto ao futuro do Brasil, o Filósofo responde “eles não vão me vencer” e acrescenta que “os corruptos, os canalhas, os patifes que levam dinheiro público, que levam parte de integridade da política, não vão vencer duas vezes”. E segue “Já derrotaram nossa capacidade financeira, derrotaram nossa capacidade de ter mais recursos para aquilo que é necessário, derrotaram o emprego de muita gente... não vão me derrotar tirando e matando minha esperança. Os democracídas não vão vencer!”
Já vi a entrevista mais vezes e quase todos os trechos mexeram comigo. Sugiro aos amigos leitores que assistam a entrevista na internet, e aos que não conseguirem, que parem para pensar um pouco nesta situação, que trata sobretudo de esperança. Por vezes parece haver um movimento para não acreditarmos mais em nada. Sei que estamos na era da pós-verdade, mas... e a esperança?
Como está a sua esperança? No seu futuro, nas pessoas de sua família, nas lideranças, na sua comunidade, no seu município, no Estado, no Brasil, no mundo?
Acabamos de celebrar a Páscoa, que é sobretudo, a renovação das esperanças. É um excelente momento para pensarmos na esperança, na vida que queremos e também no que fazemos por nossos mais queridos. O que queremos do Estado, do País e do mundo depende daquilo que estivermos dispostos e do que conseguimos fazer, não exatamente da opinião, do otimismo ou do pessimismo de quem estiver envolvido.
Sem esperança, o que nos resta?
Um abraço e até a próxima!

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