A ideia é antiga e está escrita de diferentes
formas, dependendo da filosofia, religião ou época. O fato é que a vida de cada
um de nós é resultado direto ou indireto do que se fez e do que se deixou de
fazer no curto, médio ou longo prazos, e por este motivo, geração após geração tenta-se
aprender que se colhe o que se planta.
Ações conduzem a resultados, o que quase todos
sabem, mas poucos entendem que os pensamentos conduzem as ações, e que os
pensamentos são originados nos sentimentos. Em outras palavras, a vida de cada
um de nós é muito mais impactada pelos nossos sentimentos do que imaginamos. Quando olhamos
para trás, muitas lembranças fazem sentir arrependimento, por decisões equivocadas
que geraram resultados ou efeitos que diferentes do que se gostaria. Todavia, o
conjunto de variáveis é tão grande, que torna impossível avaliar com alguma
precisão os resultados possíveis e a cadeia de acontecimentos, se as decisões fossem
outras e outros fossem os caminhos seguidos, pois eles são muitos e o mais
importante é ter objetivos bem claros.
O dia a dia é cheio de negociações, concessões,
decisões, que independente de pequenas ou grandes, vão moldando a vida.
Estudar, trabalhar, curtir melhor as alegrias da vida, assim como a forma como
nos relacionamos com quem encontramos durante a caminhada, representam um
conjunto comparável a uma plantação feita ao longo da vida, que vai permitindo,
e em alguns casos obrigando, colheitas dos resultados que determinam o que consegue
da vida.
Responsabilizar entidades, concorrentes, colegas,
adversários, governos, pelos resultados indesejáveis da vida pessoal, ou
profissional, da instituição ou da empresa que dirigem, alivia a
responsabilidade de muita gente, até de gestores, reduzindo sensivelmente a
culpa, o arrependimento, mas não gera aprendizado para si, nem para os
sucessores. Colhem melhores frutos aqueles que não perdem tempo reclamando do
azar, que não ficam com pena de si mesmos e que não culpam os outros pelos
efeitos indesejáveis de sua vida. Quem corre atrás de metas e objetivos bem
definidos e preferencialmente coletivos, acordando todos os dias sabendo o quer
e o que precisa fazer, vai colher frutos como aquele que planta corretamente e
cuida bem de todas as etapas do cultivo.
Quem conquista e ganha antes de gastar, quem procura
fazer uma diferença positiva onde estiver e para as pessoas ao seu redor, assim
como quem sabe amar a quem lhe dá amor, vai colher melhores frutos como aquele
que sabe plantar e cultivar uma boa cultura. Aquele que sabe cultivar boas
relações, que procura descobrir novas formas de resolver antigos problemas, que
consegue compartilhar o que tem de bom a sua volta, cuida bem do corpo e da
mente, investe no seu desenvolvimento pessoal e profissional, consegue viver
mais feliz e proporcionar melhores condições de gerar felicidade ao seu redor.
Cada situação vivida requer um nível de superação, quando
superar o ímpeto da transferência da responsabilidade do que não se deseja,
para outros é uma das necessidades mais importantes para uma vida melhor e com
melhores efeitos no que se faz ou deixa-se de fazer. Cabe avaliar algumas vezes
ao dia o que está sendo plantado e cultivado no caminho, ao redor e ao longo da
vida. Martinho Lutero escreveu que se soubesse que teria apenas um dia de vida,
imediatamente plantaria uma macieira, quando se referia a importância de se deixar
um legado, que pode ser aproveitado por outros.
As marcas, os legados deixados em diferentes pessoas
com quem se convive e lugares que se passa, independente do tempo, são frutos
deixados para outros seguirem colhendo o que se plantou e cultivou. As
relações, as repercussões dos feitos, das ideias, das pequenas e das grandes
realizações repercutem como as colheitas, que por vezes são frustradas, e por
vezes surpreendem de tão fartas. Assim, convido os amigos para avaliar melhor o
que plantam, cultivam em suas palavras, ações e reações, em todos os momentos
da vida.
Um abraço e até a próxima!
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