Há tantas receitas de como liderar, gerenciar,
desenvolver equipes, algumas mais filosóficas, outras mais teóricas, outras
mais práticas, de diferentes tendências, que somente lendo, ouvido e praticando
bastante, me parece possível criar conceitos e práticas próprias adequadas. De
tudo o que já li, ouvi, pratiquei e percebi, entendo que além dos aspectos mais
técnicos, a humildade e a confiança na dose correta, devem estar presentes
quando se deseja uma boa relação com os outros, seja numa equipe de trabalho,
ou nas relações pessoais.
A
humildade parece tão presente em algumas pessoas, até em excesso, as vezes, enquanto
em outras, parece faltar o mínimo para ver o seu redor com mais clareza e tomar
ações mais assertivas inclusive com os que o cercam. A falta de humildade cria
dificuldades para aprender e se desenvolver, sem falar nas dificuldades em
lidar com os outros. Nas falas, nas atitudes, nas respostas e nos atendimentos,
um espaço para ser mais humilde abre tantas oportunidades que se muitos pudesse
se ver, repensariam imediatamente seu modo de agir. É preciso tratar bem as outras pessoas e em
especial os que estão ao nosso redor e a melhor escolha diante de problemas é ser
amável com as pessoas e áspero com os problemas.
Reconhecer
seus erros e desculpar os erros dos outros é sobretudo respeitar o próximo. Ser
cordial e sorrir faz bem para quem está perto, mas é melhor ainda para quem é
capaz destas atitudes. Ajudar alguém todos os dias, fazendo exatamente o que
gostaríamos que fizessem por nós em momentos de dificuldade, é uma rotina que
faz um bem incalculável e se um dia precisar, será muito bom ter mais gente por
perto, que pensa e age desta forma. Estas são situações que não dependem das condições
financeiras das pessoas, nem do seu nível de instrução, mas dependem dos
valores pessoais de cada um.
Muitas
correntes de pensamento e filosofia dizem que um sinal de sabedoria é quando a
pessoa se satisfaz em saber dos seus próprios feitos, sem a necessidade de
promoção pessoal para os outros e pelos outros. Por isso, aqueles a quem se atribui
sabedoria falam pouco, ouvem muito, falam menos de si, para ouvir os outros e
entender melhor o mundo ao seu redor. Uma postura mais humilde, mais simples,
transforma para melhor a vida pessoal e profissional.
A
humildade também contribui com a confiança, que é fundamental para criação de
vínculos, manutenção e desenvolvimento das relações. Ser e parecer confiável necessita
de investimento em atitudes, ações e escolhas que por vezes exigem mais
energia, mais atenção e até desapego. Uma análise mais focada na qualidade da
confiança entre pessoas, empresas, organizações, estados e países, demonstra
que este aspecto por vezes esquecido, está muito mais ligado ao desenvolvimento
e a prosperidade, do que se imagina.
Fechando
a reflexão desta semana, trago uma frase pouco conhecida, de autoria de Viegas, La Mote, Carneiro e Lorenzon (1999), que poderia ser
lido com frequencia, por aqueles que desejam uma melhor relação com os outros,
com mais humildade e mais confiança: “Que eu possa ver com clareza, que eu
tenha coragem de crescer, que eu aprenda para servir e que eu cure pelo amor.”
Neste
tempo em que somos convidados a refletir sobre a paixão de Cristo, a
necessidade de renovação da vida, os relacionamentos, os vínculos, a humildade
deste grande líder e a confiança do povo cristão em Deus, são lições que
precisamos reviver de tempos em tempos, quando podemos aproveitar para convidar
familiares, amigos e colegas para conversar, refletir e ter presente os valores
da vida em comunidades.
Um
abraço e até a semana que vem!
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