quinta-feira, 11 de junho de 2015

Neurociência nos negócios

                As pesquisas na área da neurociência se multiplicam e se ramificaram para as mais diversas áreas, entre elas os estudos detalhes de como o cérebro se comporta nas decisões de negócios e consumo. Universidades e centros de pesquisa em várias partes do planeta vasculham com sofisticados equipamentos o que ocorre com o cérebro humano quando processa os mais diferentes temas quando sente diferentes emoções e como as pessoas reagem a cada tipo de estímulo externo ou interno.
                Já se descobriram muitas coisas que sequer se imaginava até então, como por exemplo, a origem da coragem, da insegurança e outros traços da personalidade de cada pessoa. Alguns estudos mostram que na condução dos negócios, por vezes se cai em “armadilhas” do pensamento, percebidas nos efeitos indesejados e até contrários do que uma determinação, ou campanha pretendia. O professor e estudioso da neurociência aplicada aos negócios, Paulo Jacobsen apresenta no site Administradores algumas “armadilhas” que precisam ser evitadas nas organizações:
- A armadilha da “confirmação” – Dentre o que se gosta e o que não se gosta, o cérebro seleciona automaticamente dados e/ou informações que não contrariem as preferências e o mesmo ocorre com as opiniões sobre as mais diferentes situações. As pesquisas confirmam que o cérebro distorce o entendimento da realidade, filtrando sem deixar passar o que contraria, o que está programado como bom. Este fato tem altíssima relevância na escolha de produtos, marcas, prestadores de serviços e outros.
- A barreira do “status-quo” – A reação à mudança já é bem conhecida, quando mesmo diante de melhores opções evidentes, a pessoa prefere ficar como está. O que a neurociência confirma é que o hábito organiza-se em redes neurais mais ou menos permanentes, pois o cérebro se mostra “econômico” e “preguiçoso”, preferindo os caminhos que dão menos trabalho e gastam menos energia, não necessariamente, as melhores decisões para cada momento. É preciso lembrar desta informação sempre que for necessário produzir uma mudança no grupo, pois o pessoal não é necessariamente teimoso ou defensivo por má fé. Para uma mudança avançar precisa primeiro garantir o status das pessoas, depois dar certeza e segurança a elas, além de oferecer autonomia, melhoria de relacionamentos com os companheiros e de mostrar equidade e  tratamento justo.
- A armadilha  das aparências – Na Universidade de Stanford onde está um dos mais importantes centros de pesquisa sobre neurociências foi realizado um estudo em que mostra que na grande maioria dos casos analisados, candidatos aprovados em diferentes vagas tiveram melhores notas nas entrevistas do que em provas, constatando que aparência e desempenho é que garantiram as vagas. Isso mostra que alguns sistemas cerebrais fazem com que seja escolhido o candidato errado nas seleções que envolvem percepção. Uma lista de atributos e realizações, um rol de qualificações, além do currículo, permite uma comparação mais racional entre os candidatos, antes mesmo das entrevistas pessoais.
                Há um volume muito grande de informações que podem dar mais racionalidade às decisões e ao dia a dia das pessoas, permitindo escapar das armadilhas do cérebro, dos vícios, das percepções equivocadas e dos hábitos. Podemos voltar ao assunto na próxima semana.
                Um abraço a todos!

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