O texto da semana passada sobre a neurociência
e os negócios fez com que vários leitores pedissem a continuidade da reflexão
sobre o tema. Por este motivo, seguimos abrangendo outras questões, lembrando
que abordamos pontos importantes sobre as pesquisas da chamada neurociência
aplicada aos negócios e ao dia-a-dia. São muitas as “armadilhas” do nosso
pensamento, as tomadas de decisão, conforme refletirmos na semana anterior
sobre o texto do estudioso da área e consultor Paulo Jacobsen, sendo que aqui
seguem mais duas:

- A armadilha da “posse” – Você deve conhecer ou pelo menos ter
ouvido a respeito de alguém que tem no departamento de informática, ou numa
moderna linha de produção, há anos, aquele equipamento importado que custou muito
dinheiro e que agora está frente a uma proposta de um equipamento alternativo,
para alugar, por preços mensais que competiam, com vantagem, com os
custos da manutenção do equipamento atual. Olhando de fora, nenhuma dúvida, mas
do ponto de vista de alguns aposentar o equipamento que já foi uma preciosidade
da organização é quase inaceitável. Dar-se conta de que algo que custou muito
caro, ou que já foi tão importante não tem mais valor ou foi superado, é muito
difícil para muita gente. O conceito de “custos irrecuperáveis (“sunk costs”),
com argumentos que em processos decisórios onde o que importa é o fluxo de caixa
dali para frente e não o que ficou para
trás entra em conflito com a ideia mental de posse. As pesquisas da neurociência
mostram que o sentimento de “posse” é situação muito séria, envolvendo
o sistema límbico, responsável pelas emoções, e por isso, deve de ser tratado
com o cuidado que essa nervosa estrutura merece, pois comanda e reforça a
integridade do “eu” e o sentimento de “posse”. Quem viveu processos de
“descarte” do Programa 5Ss da sua casa, ou da sua empresa, deve lembrar como
esta questão funciona diferente em cada pessoa.
Os pesquisadores
das áreas de psicologia social e de neurologia desde os anos 80 vêm descobrindo
importantíssimas questões através da neurociência. Já foram identificadas mais
de 30 “armadilhas” que fazem a pessoa pensar de forma equivocada e tomar
decisões que atrapalham o melhor desempenho independentemente da situação.
Tanto para a vida pessoal, como para as mais diferentes situações
profissionais, entender melhor as descobertas sobre o funcionamento da mente em
cada condição, é fundamental para a melhoria das relações e dos resultados.
Um abraço a todos e até a
próxima!
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