sexta-feira, 16 de março de 2018

Ainda sobre desenvolvimento local


Seguindo na série sobre desenvolvimento local, especialmente sobre questões relacionadas a alternativas para o comércio de bens e serviços, recebi questionamentos de leitores a respeito do envelhecimento da população da região e alternativas para mais jovens ficarem em seus municípios.
É certo que temos em nossas casas, em nossas empresas e entidades problemas pontuais e imediatos para resolver e quase não sobra tempo para pensar no futuro. No entanto, precisamos lembrar que resolvendo hoje problemas importantes do futuro, a tendência é passarmos a ter menos problemas urgentes, com o passar do tempo. Como serão os nossos negócios e municípios em 2030? Vejam que não é tão distante e quase todos estaremos por aqui. Em 12 anos dá para fazer muita coisa, assim como muitas coisas podem mudar ao nosso redor neste tempo. Algumas situações porém, demoram muito para mudar e uma delas é a evolução das faixas etárias da população. As taxas de natalidade estão entre os fatores mais difíceis de reverter em qualquer parte do planeta, justamente por ser uma decisão absolutamente individual, que interfere decisivamente na vida das comunidades. Com menos filhos por famílias, jovens que seguem saindo para estudar ou trabalhar e não voltam mais, e os adultos vivendo cada vez mais, tem-se um envelhecimento médio da população muito mais rápido nesta região do que no resto do Estado e do Brasil. As projeções do IBGE e da ONU para o Brasil de 2050, impressionam muito pelo baixo número de crianças, a redução do número de pessoas em idade economicamente ativa e o elevado número de pessoas com mais de 65 anos. Os municípios do noroeste do RS e SC tem, em média, 5 anos a mais de envelhecimento em relação ao restante do país.
Para quem é profissional liberal, empresário, executivo, é certo que muita coisa vai mudar, assim como é certo de que clientes e prospects  vão se concentrar em faixas etárias cada vez mais altas. Para quem é gestor de serviços públicos, precisa preparar as estruturas permanentes agora, para um atendimento cada vez maior para quem tem mais idade, evitando também a ociosidade no futuro próximo, de estruturas e equipes dedicadas ao atendimento de crianças.
Como estamos preparando nossos negócios para estas situações inevitáveis? Como nosso município está se preparando para esta realidade, que já tem sinais claros em vários casos e se acentuando a cada ano mais?
Sabemos que algumas ações, especialmente as de maior porte e as estratégicas, podem levar uma ou mais décadas para terem efeito completo. Por isso, convido a cada leitor para pensar sobre planejamento do seu negócio considerando este contexto, assim como, o que está planejado para seu município nos próximos 12 a 30 anos. Vejam que neste prazo mais longo, as soluções nunca virão deste ou daquele presidente de ACI, deste ou daquele Prefeito, desta ou aquela gestão de entidade, ou administração pública. As soluções não estão em planos de governo, e sim em planos de município, de Estado, onde independente de quem for líder, ou qual for a ideologia, o executivo siga os planos que definidos coletivamente.
É certo que muita coisa vai mudar, temos poucas certezas, mas uma convicção é de que não será pensando individualmente que pessoas, empresas e entidades vão encontrar soluções para o desenvolvimento local. Temos fartura de exemplos a não serem seguidos, que alguns insistem em seguir e até engajam no discurso. Precisamos inicialmente desenvolver uma maior consciência de cooperação, mais ações coletivas, para em seguida entender os fatores que mais influenciam o desenvolvimento de nossos negócios e nossas comunidades neste momento. Na sequencia precisamos planejar ações que sejam capazes de perpassar gestões de entidades, empresas e municípios, independente das ideologias.
Um abraço e até a próxima!

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