quinta-feira, 20 de outubro de 2022

O que o Brasil precisa

 


                A lista do que o Brasil precisa é tão extensa que por vezes parece mais fácil listar o que o país não precisa. Esta lista poderia começar com “não precisamos mais divisão do que já temos”. Jogar segmentos da população e atores da economia uns contra os outros é nefasto, considerando o poder de destruição das relações, mas é conceito clássico e presente em livros conhecidos. Embora a prática “dividir para governar” integra o modelo mental de muitos líderes das esferas públicas, e também de entidades e empresas, entendo que a história já provou que é uma barreira para o desenvolvimento.

A polarização entorno das 2 candidaturas que alcançaram o segundo turno na eleição para Presidente da República que já havia ocorrido em 2018 é uma estratégia tradicional e muito eficaz para os concorrentes que a utilizam, porém, além do aumento da divisão da sociedade, atrasa-se o desenvolvimento por falta de cooperação, inibe-se o surgimento de novas lideranças, e consequentemente compromete-se o futuro.

A intensa divulgação de pesquisas pelos mais diversos canais da mídia construiu uma expectativa diferente da realidade e por este motivo, diversos resultados das eleições novamente surpreenderam. A renovação do legislativo que já havia sido em torno de um terço na última eleição, não foi tão grande desta vez. A polarização entre 2 candidaturas para Presidente da República, em eleições gerais, ocasiona uma menor atenção para as disputas a Governador, Senador, Deputados Federais e Estaduais, o que também não é bom para a sociedade.

Há décadas se fala na necessidade de renovação do Senado e Câmara Federal, para aprovação das reformas que o Brasil precisa e principalmente, para a redução dos vícios na relação entre os 3 poderes. O discurso pró-reformas está presente em quase todas as candidaturas e com o legislativo renovado, o clima para reformas é mais favorável, no entanto, mesmo com o passar de diferentes siglas e tendências ideológicas pelo executivo, há décadas não são enviados projetos de reformas para o legislativo apreciar, nem mesmo para a sociedade discutir.

Enquanto a renovação do legislativo foi um ponto positivo das últimas eleições, o ponto negativo tem sido o agravamento da divisão do país, especialmente entre os segmentos. Parecendo ser intencional, esta divisão é provocada pelo foco na discussão de temas periféricos, como os costumes ao invés de temas centrais como economia, educação, saúde, infraestrutura.

O Brasil precisa de disputas políticas mais saudáveis onde os concorrentes aos cargos públicos deveriam apresentar propostas e mostrar exemplos de ações que eles mesmos e seu grupo de apoiadores realizou em outros momentos, locais e instâncias. Assim, a sociedade poderia entender a que veio cada candidatura e discutir quais propostas atenderiam melhor as necessidades da população.

 Um grupo de lideranças políticas focadas em soluções, ao invés de disputas de preferências, deveria articular as mais diversas lideranças políticas, sindicais, associativas, empresariais, sociais,  responsabilidades e tarefas de acordo com suas principais habilidades e competências para juntos finalmente organizar e aproveitar as melhores potencialidades para desenvolver o Brasil e propocionar uma vida melhor para nossa gente.

Há quantas décadas se fala em projeto nacional?

Quem montou uma proposta e apresentou para receber contribuições e ser apreciada?

Uma sociedade com notórias dificuldades de entender o contexto, avaliar cenários e planejar a médio e longo prazo, é o ambiente propício para o velho modelo “dividir para governar”. E neste ambiente, “matar” o outro, aquele que se posiciona diferente, ao invés de discutir, argumentar, ajustar e buscar com agilidade o melhor entendimento e as melhores soluções parece ser o único caminho para muitos. Assim, o país com problemas complexos tem seu povo esperançoso de ações efetivas relegado a condição de 2 torcidas adversárias.

         Respeito é o que precisamos antes de tudo! Se união, mobilização, racionalidade está difícil neste momento, podemos tentar pelo Respeito!

Um abraço e até a próxima!

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