segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“Já tinha” ou “Lá tinha”?

                   Como país vivemos um dos melhores 
períodos de desenvolvimento da história e as tendências mostram que se nada de muito heterodoxo acontecer, estaremos entre as 5 maiores economias do mundo em 2020.  
Eu acredito nisso e o que vivemos no presente é resultado da estabilidade econômica, qualificação dos processos e dos controles do Estado sobre a sua própria gestão. Vivemos os resultados de uma caminhada longa e do conjunto de esforços construtivos e coletivos de toda uma nação. Sabemos que há muito a ser feito, mas o ciclo de prosperidade vai gerando um efeito positivo com aumento da confiança na estabilidade dos processos, que atualmente, quase todos os gestores das organizações brasileiras conseguem decidir, planejar e desenvolver seus negócios e suas organizações, num ritmo de desenvolvimento tão forte que a atual geração, não conheceu.
                Há no entanto, gestores que inexplicavelmente, preferem dirigir na contramão da história, da economia e dos rumos do seu setor de atividade. Felizmente são poucos, mas infelizmente, onde eles estão, o declínio parece cada dia maior. Sabe aquele lugar que toda a vez que você sugere alguma coisa as pessoas dizem “isso já tinha aqui” ou “aquilo já tinha”, ou ainda “é uma pena, mas isso já tinha e fulano também acabou com isso”. É a organização que fica conhecida como “Já tinha”. Há também uma  variação, a “Lá tinha”. Outro dia estávamos num grupo e uma pessoa começou a analisar e relembrar as tantas e muitas atividades que determinado gestor de uma organização havia fechado nos últimos anos. O comentário se estendeu e muitas e muitas vezes se ouviu os presentes dizerem: “lá tinha isso”, “lá tinha aquilo”, “lá tinha tantos isso e tantos aquilo”... Pensei que se alguém que não conhece o nosso idioma e ouvisse a conversa, poderia pensar que estava-se falando de um lugar chamado “Lá tinha”.
                É sem dúvida lamentável ouvir histórias assim, que entristece a todos que foram ou são atores destes episódios. Os chamados “líderes destruidores” ou ainda “líderes destrutivos”, como parte da literatura denomina este tipo de gestor, precisam ser afastados assim que os olhares mais atentos os percebam. Parece incrível, mas muitas organizações passam por várias chances de virar a direção e sair da contra-mão da história, mas inexplicavelmente contribuem para perpetuar o “destruidor” no poder, mesmo mantendo a rotina pela qual ficou conhecido, ou seja, fechando setores que seriam hoje grandes fontes de renda, ou de relacionamentos institucionais, ou garantidores da atividade fim e tantas e tantas ações que tiveram fim. Reduzindo, cortando, terminando, encerrando, arrasando, este tipo costuma colocar as culpas dos seus erros grosseiros de gestão, nos outros, criando verdadeiras cortinas de fumaça, escondendo, mascarando informações e iludindo, para reforçar a lamentável marca da “lá tinha” ou “já tinha”.     
                Os maus líderes e maus gestores costumam enfraquecer muito as equipes das suas organizações, seja técnica, profissional ou emocionalmente, para que as pessoas não se dêem conta do poder que tem. Mas as organizações de nosso país têm cada vez menos espaços para este tipo de gestor. Por mais frágil que esteja o grupo, é preciso criar condições para imediatamente estirpar este verdadeiro mal destas organizações. Dar poder à gestão profissional, ao bom senso, a racionalidade, às decisões coletivas, ao planejamento, ao respeito, á ética, desenvolvimento coletivo, é o único jeito de salvar e recolocar a organização no caminho da prosperidade, para voltar a aproveitar as muitas oportunidades que o atual contexto apresenta.
                Você leitor, não deixe a sua organização ser dirigida na contra-mão! Neste rumo você já sabe: é mais “lá tinha”, ou “já tinha”!

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