terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sonho e pesadelo

          Um tempo atrás, acompanhando atentamente o discurso de posse de um dirigente de uma organização importante, algumas frases fixaram na minha memória justamente por estarem descritas na literatura sobre liderança e gestão como presságios do que pode vir depois. No discurso, o gestor que tomava posse mencionava o quanto era importante para ele e para sua família, ter alcançado aquele cargo. Mostrava satisfação e orgulho diante da grande conquista pessoal que havia obtido. Destacou que alcançava o seu grande sonho, pois trabalhou boa parte da vida naquela organização e agora havia orgulhosamente conquistado a condição de representante maior.
                Passado um tempo da conquista deste particular, a organização e a equipe vivem dias de verdadeiro pesadelo do qual parecem estar cada vez mais distante do amanhecer. Surgem diariamente más notícias de toda a ordem, sem que os gestores consigam reverter o quadro de declínio.Uma lamentável e triste história, sem dúvida!
                Costumo aconselhar aos participantes de minhas palestras, aulas e neste momento aos queridos leitores, que ao sonhar em assumir a gestão de uma organização e/ou ter um negócio, este sonho precisa estar acompanhado de um propósito digno, de um bom conhecimento sobre a organização que quer dirigir e principalmente os desafios de ser gestor e líder de equipes complexas. Precisa ainda um plano claro sobre como irá contribuir para esta organização e especialmente de condições pessoais e profissionais mínimas para dar conta das necessidades da organização e da equipe.
                O sonho vira pesadelo em geral quando os propósitos em ascender a gestão estão baseados em ambições particulares e nos casos em que se chega lá sem saber o que fazer, deslumbrando-se com o poder, dando-se conta tardiamente de que não avaliou suficientemente, não planejou para gerar bons resultados e o pior, quando se está no poder, acompanhado de outros mal preparados ou até mal intencionados.
                Infelizmente, ainda restam, embora sejam poucas, organizações nas quais estes tipos conseguem se articular para alcançar o poder. Geralmente estes oportunistas e gestores mal preparados aproveitam-se de situações em que as equipes estão desarticuladas, mantidas com poucas informações sobre a realidade da sua organização, ambiente em que a ilusão, a falácia e os argumentos sem fundamentação proliferam.
                Felizmente, cada vez mais organizações brasileiras têm conseguido evitar que estes tipos cheguem a cargos de gestão. Profissionalismo, respeito as competências profissionais diversificadas, bom senso, ética e foco em resultados, são determinantes para gestores e líderes que precisam superar momentos difíceis e concorrência crescente.

Um comentário:

  1. infelismente essas atitudes afetam mais a quem não deveriam afetar... eu sou uma que estou passando maus bocados por isso.. =/

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