
Quem
reside em regiões produtoras de grãos sabe o quanto as empresas e cooperativas
que recebem os produtos dependem da confiança para se manterem e fazerem bons
negócios. Quando a confiança é questionada por algum cliente, associado ou
fornecedor, o risco de redução de entregas e de abalo no faturamento aumenta
consideravelmente. O mesmo pode-se constatar em outros setores, mesmo que com repercussão
menor.
Na vida pessoal certamente você já
pode sentir que as amizades, os namoros, casamentos, começam a entrar em
dificuldades, a medida em que a confiança de alguma forma passa a ser
questionada, ou abalada por algum episódio. O ciúme inclusive é a falta de
confiança em si mesmo e na pessoa envolvida e quando surge, corrói as melhores
relações. A falta de confiança nas próprias competências, cria barreiras para
conquistas pessoais e profissionais que poderíamos ter, se tivessemos mais
confiança. “A confiança em si próprio é o primeiro segredo do êxito.” (Ralph
Waldo Emerson)
Os
seus próprios negócios e de muitos que você conhece foram constituidos a partir
da confiança entre as partes, que decidem investir e prosperar juntos. Se a
confiança entre as partes é abalada por algum motivo, imediatamente os negócios
passam a ter impacto e a sociedade corre risco de ser rompida, abalando renda,
emprego e estabilidade dos sócios, empregados e famílias. A frase de Publílio
Siro “Quem perdeu a confiança não tem mais o que perder.” talvez resume o que
ocorre em famílias, empresas, cooperativas e sociedades. Quando se perde a
confiança, a racionalidade fica de lado e a emoção passa a influenciar muito
mais, gerando efeitos que por vezes não são mais controláveis, acabando com
excelentes relações e iniciativas.
A
relação entre o volume de poupança de uma comunidade e o volume de
investimentos na economia local também está diretamente ligada a confiança.
Circulo em cidades em que o empreendedorismo está abaixo da média e por outro
lado há uma série de oportunidades a serem exploradas. Em algumas destas
cidades tenho questionado sobre os motivos pelos quais não há este ou aquele
empreendimento e as respostas muitas vezes não correspondem à realidade. Quando
sabe-se que os moradores vão investir e consumir em outras cidades, isso
representa uma oportunidade local não explorada. No entanto, a pior situação é
aquela onde se diz que não há dinheiro para investir localmente, pois sabe-se
que os volumes de depósito em poupança nas agências locais alcança cifras que a
maioria não imagina.
O
depósito em poupança é chamado capital estéril, pois o rendimento é tão baixo
que mal repõe a inflação e o poder de compra e quem melhor sabe disso é quem
investe em poupança. Obviamente é a falta de confiança em outras possibilidades
que mantem pessoas mantendo e depositando na poupança. Os que são capazes de
confiar em si próprios, em outras pessoas e na sua própria comunidade, usam
este recurso para investir em novos negócios para ganhar mais dinheiro, tendo
como efeito colateral a sua comunidade mais desenvolvida. Os recursos
depositados em poupança, poderiam atender as muitas necessidades e
oportunidades de negócios em nossas cidades, gerando mais renda para os
investidores, mais empregos, mais tributos, mais prosperidade e principalmente
mais qualidade de vida para todos. Todavia, para isso, nos falta muita
confiança.
Já
dizia Friedrich Schiller que “a confiança é a mãe dos grandes atos”.
Desejando mais confiança a todos, um abraço e até a próxima!