
O período da evolução etária de
cada população em que se dá o bônus demográfico é quando se produz mais riqueza
e assim deveríamos investir em infraestrutura e condições gerais para que nas
fases seguintes, quando a maior parte da população fica idosa, haja condições
para manutenção de boas condições de vida. Conforme o IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística o Brasil entrou há alguns anos neste
período, que pela proporção em relação ao restante da população e idade dos
integrantes deverá durar até meados 2030. No sul do Brasil, devido a redução mais
rápida do número de nascimentos, assim como do aumento da longevidade, este
período iniciou há mais tempo e vai encerrar antes de outras regiões, assim
como em outras regiões durará um pouco mais. Restam assim, para quem estuda o
assunto, poucos anos para que o Brasil possa aproveitar a oportunidade da sua
história, pois após este período, passam a haver um número cada vez menor de
pessoas em condições de contribuir economicamente para as comunidades e para os
cofres públicos. Em 2040 a porção mais velha do Brasil será significativamente
maior do que a de crianças. No sul, este fenômeno deverá ocorrer daqui a 15 ou
20 anos.
O Brasil conta hoje com 81% da
população apta para trabalhar, que é o maior em toda a história, segundo o
IBGE, e que jamais será alcançado novamente. Os estudiosos da área, afirmam que
no período de bônus demográfico é preciso empregar pelo menos 70% da população
apta para trabalhar, mas as estatísticas indicam que em 2015 o Brasil está empregando
apenas 35% desta população. O efeito deve-se ao retrocesso econômico que ocorre
no momento mais importante economicamente para a história do país. Precisaríamos
abrir 22,7 milhões de vagas, para contabilizar positivamente o volume de
pessoas em condições de gerar riqueza e desenvolvimento. Ao invés disso, as
taxas de desemprego aumentam a cada dia, sem perspectivas de melhora a curto
prazo.
Toda a vez que vejo números
destes estudos, me parece que temos uma única chance para acertar o alvo e no
momento em que ele está mais próximo, ficamos sem ação. No meu entender
precisaríamos do surgimento imediato de uma consciência política capaz de
reduzir os interesses partidários e particulares para aumentar a
responsabilidade para com um futuro que já é quase imediato. 2030 é logo ali,
menos de 15 anos, onde a grande maioria de nós viverá esta inflexão
demográfica, com os resultados daquilo que produzimos e do que não produzimos
hoje, todavia, com bem menos condições de força de trabalho para dar conta do
que não foi feito, mas com necessidades maiores de saúde, infraestrutura e
alimentação, a serem satisfeitas.
Considero tão importante este
tema e estes números que julgo o silêncio como irresponsável, diante do que
poderíamos chamar de perda do nosso futuro. Estando diante da oportunidade da
história das nossas populações, se bem aproveitada podemos transformar o
momento que por um lado parece muito difícil, numa grande oportunidade de
propiciar um futuro digno para todos nós.
Um abraço e até a próxima.
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