quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Oportunidades na crise

                Acompanhando o cenário político, econômico, policial e ambiental a pergunta mais comum é quando vai parar de piorar e por consequência ficamos com a sensação mais comum de que estamos no caos, não é mesmo? Manter-se atualizado neste caos é desgastante, mas é preciso lembrar que toda a crise traz oportunidades. No entanto, conforme já discutimos aqui e mais de uma vez, poucos são os que conseguem aproveitar as oportunidades, sendo estes, em geral, os que se preparam.
                A percepção de caos e confusão deixa a maioria que está despreparada, ignorando boa parte do que está ocorrendo. É sabido que há duas formas de manter pessoas ignorantes: dificultando o acesso a informação e ao conhecimento, ou “despejando” grandes volumes de informações ao mesmo tempo e ainda, algumas desencontradas e controversas. Sabemos que tudo o que é abundante tem seu valor depreciado e uma forma de fazer com que uma notícia ou um fato se torne irrelevante é mostrar na sequencia, vários outros fatos que tenham semelhanças.
                Em geral as pessoas se desinteressam pelo que é complexo e preferem acreditar em tudo o que tem uma explicação simples. O problema é que compreender uma explicação não significa que ela esteja correta. Só para citar um exemplo, é fácil encontrar explicações em português, de descobertas, conceitos e casos descritos em inglês que foram traduzidos de forma equivocada, fazendo com que a explicação parcialmente errada seja entendida a partir da tradução e não do conhecimento e da informação correta. Ser capaz de ler em inglês faz muita diferença no entendimento de muitas coisas que ocorrem no seu setor de atividade e no mundo, sem a interferência dos interesses de quem traduziu, ou dos que encomendaram a tradução.
                A crise vivida no Brasil fica mais profunda e mais complexa a cada momento, pela incompetência, desonestidade, impunidade, corporativismo, vícios culturais, desrespeito, falta de estrutura, dentre outros, exigindo uma preparação mais profunda e mais complexa para quem quer superar o momento difícil e que se agrava. Quem quer mesmo se preparar precisa se planejar para saber como agir se esta crise se agravar, se ficar mais complexa e principalmente se surgirem outras crises. Lembre-se que enquanto prestamos muita atenção no turbilhão de informações da crise financeira e política, há um avanço das rivalidades religiosas, raciais, geopolíticas, tanto interna quanto externamente. Quem quer se preparar, precisa considerar estas crises também, estando consciente de que parado, assistindo a tudo, sem consumir, nem investir, só comentando e não agindo, está muito longe de ser previdente e preparado para uma crise.
                Infelizmente a grande maioria das pessoas tende a simplificar tudo, fugindo do que é complexo e preferindo as soluções que parecem mais simples. Lembro com frequência de um professor que sempre nos lembrava que um avião nunca cai por um motivo apenas, assim como uma empresa, uma organização só sucumbe após um conjunto de falhas em sequencia, contribuindo umas com as outras para determinar o final trágico.
                Todos os ciclos econômicos, financeiros, climáticos, políticos, demográficos afetam nossas vidas e alguns deles representam grandes oportunidades, que alguns poucos vão aproveitar. Para aproveitar é preciso estar preparado, sabendo o que se quer da vida, para então poder ver as oportunidades. Dos poucos que veem as oportunidades, poucos, estão preparados para terem atitudes de tomar a melhor decisão, no melhor momento. Selecionar as ideias, ter claro o que deseja para o futuro, colocar o foco das energias nestes objetivos e procurar informações e conhecimento o mais original possível é o caminho. Informações a partir de opiniões e interpretações que possam conter, mesmo que implícitas, algumas tendências sejam elas quais forem, ideológicas, religiosas, pessimistas, ou otimistas, não devem ser a fonte de informações para a tomada final de decisões.
                Temos um excesso de opiniões, polêmicas e debates desnecessários e uma terrível carência, quase desesperadora, de pessoas capazes de tomar decisões e ações que contribuam de fato com o que precisamos para viver dignamente, em paz e melhor.

                Vamos em frente! Desejando melhores dias a todos, um abraço e até a próxima!

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