sexta-feira, 28 de abril de 2017

Indispensável

     Além do agronegócio que amenizou os impactos da crise econômica brasileira em várias regiões, outros setores começam a dar sinais positivos de que o país está iniciando um novo ciclo de crescimento. Estamos levando mais tempo do que gostaríamos mas certamente mais importante do que lamentar o que perdemos e o que deixamos de ganhar, são as lições que deveriam ser aprendidas.
     Quem aproveitou os dois anos de recessão para fazer o indispensável, como se reorganizar, o popular colocar a “casa em ordem” desenvolvendo programas de gestão pela qualidade, implantando rotinas, otimizando a produção, revisando custos e contratos, fazendo planejamento estratégico, qualificando o pessoal, dentre outros, está vendo agora com muito mais clareza o que fazer, como e para onde ir.
     Os ajustes de pessoal, de fornecedores e até de clientes foram inevitáveis e em vários casos, indesejáveis, o que em alguns setores ainda segue ocorrendo. Nestes momentos, ser indispensável é o que garante a posição, tanto para empregados, quanto para fornecedores e até clientes.
     Entregar bons resultados parece ser a receita para ser indispensável, mas na verdade, não é tudo! Os resultados precisam ser de qualidade e sustentáveis a longo prazo. Com frequência quem foca em resultados de curto prazo sem compromisso com as consequências ou efeitos colaterais no futuro, aumenta o risco de passivos para a organização.
     Ser pró-ativo, ou seja, agir sem que seja necessário ser mandado é outro requisito importante para ser indispensável. Para isso, é preciso ter uma visão aguçada do que precisa ser feito e estar disposto a sair da zona de conforto assumindo e aceitando tarefas mesmo que não são do seu total domínio ou que não esteja na descrição das suas atividades.
   Independente do cargo ou da função que exercem, profissionais e fornecedores indispensáveis são capazes de ligar os pontos, solucionar problemas e trazer novas propostas. Geralmente são pessoas criativas, que estão um passo à frente da maior parte da população.
O trabalho coletivo é cada vez mais valorizado pelas melhores organizações, que consideram indispensáveis aqueles que sabem dar feedback, transmitir conhecimentos e valorizar todos com quem trabalha. Quem não está em cargos de liderança, pode agir desta maneira explorando a capacidade de gerar vínculos que contribuem para um ambiente corporativo amigável. Essa capacidade de gerar vínculos é fundamental para os bons profissionais influenciarem os outros, sem manipulá-los.
      Aquela metáfora antiga, de “ter brilho no olhar” ainda vale para quem quer ser indispensável. Tem gente que não brilha por quase nada, mas tem gente que brilha quando recebe um desafio novo, quando tem algo a aprender e são estes que os líderes gostam de ter por perto. Outro dia quando falei isso numa palestra, uma pessoa perguntou: “O que está por trás de olhos brilhantes diante de novos desafios profissionais?” - Paixão pelo que faz, respondi, pois sempre faremos muito bem aquilo que amamos fazer.
Para quem foi dispensado ou está temerário disso, é importante lembrar que caminhamos cada vez mais forte para um mundo com mais trabalho, mas com menos emprego. A tendência já vem se consolidando há décadas e a cada ano que passa há um número menor de grandes empregadores e em contrapartida um número cada vez maior de pessoas auto-empregadas e equipes pouco numerosas fazendo negócios gigantes e impressionantes.
     Finalizando, sustentar-se como empregado, fornecedor, ou outra posição começa por realmente gostar do que faz, traduzido em tomar iniciativa, dispensar o conforto e assumir riscos, influenciar positivamente as pessoas e contribuir para um ambiente motivador no trabalho.
       Um abraço e até a próxima!

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