sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Mente aberta


    O fundamento maior da nossa sociedade é a liberdade, se ramificando em aspectos que vão do econômico ao comportamental. Todavia, por um determinado prisma, esta liberdade, ou o mundo livre, está mais na teoria do que na prática.
Em termos econômicos especialmente no Brasil, sempre fomos e seguimos dominados pelo Estado, sendo um dos países do mundo com menores indicadores de liberdade na economia, finanças, empreendimentos. Quanto aos costumes, na prática somos reprodutores da ordem vigente em diversos aspectos. Viver em sociedade requer regras comportamentais e econômicas a fim de manter o convívio social dentro de certos limites, o que torna a liberdade ilimitada impossível, uma utopia, considerando que em quase tudo há contrapontos e limitações.
O que pretendo refletir com os leitores, é que apesar de termos pontos limitadores econômicos, sociais, ambientais e comportamentais, eles são amplos o suficiente para mentalidades mais abertas a pensamentos e ações além do que estamos habituados. Digo isso por que é comum vermos nas escolas, universidades, empresas, associações, na igreja e na política, pessoas agindo como escravos do pensamento alheio, dos conceitos que consideram imutáveis, das convenções e dos padrões criados num determinado tempo.
O que se percebe é a forte tendência para a acomodação de muitas pessoas, na condição  econômica, social e comportamental. Temos uma parte da sociedade que reluta para sair da sua condição social mesmo sendo muito precária, pois implica em mudanças de hábitos, de costumes, de rotinas. São mentes fechadas nos limites criados parte pela sociedade, mas também em boa parte por suas próprias crenças que as fazem sentir incapacitadas para ampliar pensamentos e ações. Uma das perguntas mais importantes a fazer é: Quanto cada um está disposto a enfrentar dificuldades para ampliar a liberdade econômica e comportamental?
Precisamos de mais mentes abertas e assim também auxiliar mais pessoas à abrir a mente para novas formas de ver a própria vida, a vida ao seu redor e a sociedade. Mentes que permitam às pessoas ousar mais, romper paradigmas, desafiar o “sempre foi assim”, experimentar situações diferentes e ver a si e aos outros de formas diferentes. A filósofa e economista Rosa Luxemburgo dizia que “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”. Abre mais a mente aquele se movimenta, corre, gesticula, fala.
A conhecida frase de Albert Einstein “uma mente que se abre jamais volta ao tamanho original” pode ser dita em outras palavras, como a mente que se liberta de velhos hábitos, conceitos limitadores, costumes que a escravizam, não aceitará retornar à prisão. Por mais condições adversas que muitos estejam passando é preciso lembrar que a autonomia é individual, interna, dependendo somente da pessoa, independente das questões que a cercam, do ambiente externo. Superar medos, timidez, rancores, preguiça, negativismo depende de autonomia, que é individual. Muitas pessoas com estas dificuldades têm a prisão dentro de si mesmas, não ao seu redor. Aquela frase popular “a chave que prende é a mesma que liberta” segue valendo.
Nossa sociedade terá mais oportunidade de mudar para melhor, com mais mentes abertas. Assim, precisamos ajudar a quem está próximo, incentivando e instigando os novos jeitos de olhar o mundo e produzir novos conceitos para si e para o outros. Umas das piores prisões é uma mente fechada. Mas é um esforço individual e diário abrir a mente e mantê-la aberta. No caso das organizações, o esforço precisa ser coletivo e cooperativo, para ampliar os horizontes com novos conceitos e contextos.
Mente aberta, gente! Um abraço e até a próxima!

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