sábado, 24 de outubro de 2020

Tendências do “pós” pandemia


        

        Num ano “normal” as organizações estariam planejando 2021. Neste ano, com um nível de incertezas e volatilidade ainda maior, os planos terão que ser escritos com mais pontos de flexibilidade. O CEO e os consultores do “Ideia sustentável” publicaram nesta semana uma série de tendências baseadas nos resultados de seus estudos. As tendências indicam que as organizações precisam seguir alguns parâmetros no pós pandemia, para serem mais valorizadas por clientes, colaboradores, investidores, parceiros e sociedade.

        Um novo lema recorrente entre as empresas que vem ganhando destaque e posições nos mais diversos rankings é “Propósito antes do lucro”. É tido como uma atitude que tende a redefinir o capitalismo, compartilhando o resultado com todos os públicos de interesse. Uma tendência que ficou muito clara durante a pandemia é a necessidade das relações empáticas em empresas. Cuidar das pessoas e das diferenças entre elas é uma prática que veio para ficar entre os que vão prosperar no futuro próximo.

        Menos competição e mais cooperação para resultados positivos compartilhados, deve ser a motivação das grandes e mais efetivas parcerias. Além de perceber claramente o quanto a cooperação gera mais resultado, a pandemia serviu para aumentar a noção de interdependência, que é a base do entendimento do conceito de sustentabilidade. Estará em alta o consumo consciente, com mais pessoas escolhendo marcas a partir do compromisso daquelas que buscam a solução de problemas. Em outras palavras, aumenta a noção de que prosperidade é bom se for para todo mundo.

        Quase todos já sabem que mais transparência gera mais confiança, e vem aí a hipertransparência. Tendência de alta para as ações e responsabilidade social das empresas e entidades, aplicativos e outros iniciativas para estimular o consumo consciente, comunicação de causas sociais e ambientais como definidora de posicionamento mental das marcas.

        Muita gente que estuda o assunto projeta como tendência cada vez mais empresas se unirem para juntar recursos e esforços atacando questões estruturais do Brasil. Vimos durante a pandemia que as empresas têm capacidade de levantar recursos volumosos e agir rapidamente para o enfrentamento de uma doença. Podemos todos olhar para os resultados e ver como o investimento social privado tem potencial para gerar soluções estruturantes. 

        Os negócios devem ser parte da solução e não parte do problema. A pandemia trouxe uma sensibilidade maior para grandes fenômenos que podem prejudicar a existência humana na Terra. Tendência de alta para a manutenção das florestas em pé, precificação de recursos naturais, armazenamento de energia, desmaterialização e circuito fechado, eletrificação das frotas de transporte urbano, arquitetura e construções sustentáveis.

        Nos últimos 20 anos vários rankings de reputação de marcas de empresas e instituições se formaram no mundo e foram se sofisticando. Nos próximos anos, a reputação deve estar cada vez mais sustentada em valor compartilhado. Assim, veremos cada vez mais as empresas e instituições atuando em causas de interesse público.

        Vamos ver ascender um novo tipo de liderança, aquela orientada por valores. Esta tendência não é exatamente motivada pelo que a pandemia acelerou, mas pela chegada da geração dos “millenials” ao poder, tanto como investidores, gestores, decisores e consumidores. Esta geração tem uma ideia mental de empresas com as quais querem se relacionar, seja como investidores, gestores ou consumidores e terão a preferência deles as propostas que evidenciarem ser mais sustentáveis. 

        Estas tendências fazem pensar nos planos e projetos dos nossos negócios, não é mesmo? Espero que a reflexão contribua para que você, sua empresa, seus negócios aproveitem o melhor das tendências do pós pandemia.

        Um abraço e até a próxima!

Um comentário:

  1. "Menos competição e mais cooperação para resultados positivos compartilhados" - De fato, o grande desafio!Esses novos princípios geram novas estratégias. E quais são as estratégias das IES para a formação dos profissionais com esses princípios? Mais desafios...- Abraço,

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