Nos próximos dias escolheremos novos integrantes dos poderes executivo e legislativo dos nossos municípios. Àqueles que ainda estão pensando sobre a melhor escolha, seguem algumas reflexões.
Nos meses que antecedem as eleições as promessas e propostas são fartas, não é mesmo? Inclusive algumas que os desavisados não se dão conta de que não pertencem ao poder ou a esfera do pretendente proponente. Temos lido e ouvido historicamente não somente propostas, mas ações que aumentam as despesas dos municípios, enquanto pouco ou nada ouve-se, nem percebe-se sobre o aumento da receita própria e poupança para investimentos com receita própria. Sabendo que nos Estados e na Federação ocorre o mesmo, uma das primeiras reflexões que trago aos leitores é sobre a origem dos recursos para bancar as despesas e os investimentos prometidos.
Segundo o TCU, 1 em cada 3 municípios do Brasil não gera receita própria sequer para pagar os salários de prefeitos e vereadores, dependendo totalmente de repasses do Estado e da Federação. Há uma cultura irresponsável, no meu entender, ao aumentar as despesas em cada administração e legislatura, com poucos ou nenhum projeto de longo prazo como poupança, fundos de investimento, recuperando condições de investimentos no futuro.
Para outro ponto de reflexão, parto do entendimento de que com mais empregos, quase tudo se resolve num município, assim como por outro lado, quanto menos empregos e renda, mais necessidade de assistência social, remédios, atenção básica na saúde, segurança e dificuldades com educação. Por este motivo, entendo que as melhores propostas para ampliar as oportunidades de emprego e renda do município, devem receber o voto de quem é comprometido com a sua própria dignidade, também com o futuro dos filhos, dos netos, e da comunidade ao seu redor.
Emprego e renda reduzem a dependência, aumentam a dignidade, a autoestima, a disposição das pessoas em cuidar de si, cuidar dos outros e do lugar onde mora. Quem tem vínculo empregatício, ou é autônomo, empreendedor tendo a aprimorar os seus estudos e também de quem está próximo, mantendo-se na atividade e tendendo a valorizar os estudos de companheiros, filhos, netos. Mais emprego e renda aumentam o poder de compra que aliado a uma boa estrutura produtiva, um bom comércio local potencializa o aumento da arrecadação, permitindo assim, melhores condições para a comunidade. Claro que para aqueles políticos que nenhum lugar deveria ter, quanto mais pessoas dependentes de assistência social, saúde, educação e serviços públicos, melhor, oportunizando a manipulação das necessidades e dos direitos.
As vagas de emprego para quem está apenas com o ensino fundamental vão ficando escassas, além de mal remuneradas, assim como trabalhos informais, muitas vezes anti ergonômicos, perigosos e insalubres, pois conforme a economia vai se formalizando e a sociedade vai tomando consciência da importância do trabalho saudável e seguro, vão sendo substituídos por equipamentos e tecnologia.
Em setembro o IBGE informou que o Brasil tem 13,7% da população desempregada, enquanto as empresas informam números gigantescos de vagas não preenchidas por falta de requisitos técnicos, idiomas e outras habilidades. O SINE por sua vez, informa que 63% das vagas anunciadas não são preenchidas por falta de requisitos básicos ensino médio concluído, enquanto o censo escolar indica que 4 em cada 10 jovens de 19 anos, não completa o ensino médio.
Com este quadro, entendo que aumentar o emprego e a renda nos municípios é bem mais complexo do que incentivar a abertura de vagas de trabalho, pois em boa parte as vagas já existem e não são preenchidas. Todavia, mais empregos e mais renda diminuem as demandas e a necessidade de recursos de assistência social, saúde, educação, segurança e em várias outras frentes!
Pense nisso antes de votar!
Um abraço a todos e até a próxima!
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