sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Projeto família

     Em conversas formais ou informais, percebe-se que há muita gente com muitos projetos. Considerando a forma que muitos apresentam seus projetos, sempre parecem muito bons. Hoje falo de um ponto que muitas vezes acaba não sendo mencionado como parte dos projetos prioritários na vida das pessoas, que é a família. 
     Alguns órgãos pelo mundo como a Diretoria de Relações Institucionais da International Federation for Family Development (IFFD), assessoria da ONU, estão se posicionando para lembrar que o tempo dedicado à família não pode ser um problema nas relações profissionais. A constituição de uma família é uma decisão pessoal de cada membro, mas que afeta diretamente a sociedade, pois filhos bem educados, assim como todos os membros bem cuidados uns pelos outros melhora a sociedade. Dedicar o tempo a cuidados e tarefas com filhos e outros membros da família precisam ser vistos pelas organizações e pelos colegas de trabalho como um tempo utilizado para se capacitar e também para contribuir com uma sociedade melhor.
     Quando um colega avisa que vai ter um filho, ou que vai dar um tempo no trabalho, ou em parte da carreira para cuidar de um filho, tanto a sociedade, quanto a empresa precisam se dar conta de que isso é muito bom para toda a sociedade. Já tive colegas pais que decidiram deixar por um tempo parte de suas jornadas remuneradas, para auxiliar no acompanhamento e cuidados de seus filhos. É admirável este desprendimento quanto ao trabalho e certamente vão proporcionar filhos melhores para a sociedade. Infelizmente ainda temos muitos colegas e pessoas próximas que não entendem bem estas atitudes. É preciso amadurecer esta concepção em nossos grupos de trabalho e também na família. Alguém que dá um tempo na carreira ou em parte dela para cuidar dos filhos, ou de outro membro da família está tomando uma atitude de valor inestimável e prestando um grande serviço para a sociedade.
     É certo que o conceito de família varia em diferentes culturas e tradições, mas a abordagem funcional de família é de uma organização social comprometida com a ajuda aos filhos, aos pais, aos companheiros, aos doentes, para que tenham vidas mais íntegras e mais felizes. 
     Vivemos um tempo em que falar ou escrever sobre valorização da família tende a receber um rótulo de conservadorismo. Entendo que para avançarmos em várias questões sociais, políticas e práticas precisamos superar a dicotomia entre conservadorismo ou progressismo. Família, assim como a qualidade de vida das pessoas, as relações de trabalho, as relações sociais, os avanços tecnológicos, o desenvolvimento numa visão ampla precisam ser muito mais do que os discursos e bandeiras de uma ou outra ideologia.  
     O apoio que a pessoa tem desde criança do núcleo familiar e das influencias que estes possuem a partir das organizações onde prestam serviços, determinará parte do cidadão que será e de como este futuro adulto entenderá e atuará no mundo. Organizações que respeitam e cuidam bem de quem cuida dos seus filhos, pais e doentes, estão determinando a concepção que a sociedade num futuro próximo terá sobre ela, seja para atrair talentos colaboradores ou para captar clientes.
     Nas organizações públicas ou privadas convivemos com pessoas em diferentes fases da vida. Quem ainda não teve filhos, quem está cuidando dos filhos em diferentes fases, quem já tem os filhos bem encaminhados e só aguarda os netos e também aqueles que auxiliam (ou não) a cuidar dos netos. Nas cobranças pela presença neste ou naquele compromisso social que coincide com o momento em que o colega deveria dar uma atenção especial ao filho, ou ao pai, se revelam dificuldades de compreensão por parte de quem entende a vida e as relações familiares de outra forma.
     Filhos bem cuidados serão bons cidadãos, bons profissionais, bons pagadores de impostos, pessoas que respeitam as leis. 
     Um abraço a todos e até a próxima!

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