Saber e não fazer
é ainda não saber, é uma das frases mais conhecidas do filósofo oriental Lao Tsé.
Atualmente a falta de informação é atribuída como problema para saúde, economia,
política, endividamento pessoal e empresarial, falta de acesso a serviços
públicos, dentre outros. A falta de informação é inegavelmente um grande problema,
porém, quando há informação e ainda assim não se faz o que é orientado, tem-se
um problema maior e diferente.
Desde que eu
tendo lembrança a falta de leitos clínicos e de UTI, medicamentos, profissionais
da saúde, e hospitais com dificuldade de se manterem são a pauta do noticiário
brasileiro. A nova onda de COVID 19, as medidas governamentais para tentar
amenizar o contágio exponencial e as consequências destas medidas mostram que o pensamento de Tsé está mais presente
do que nunca, especialmente em nosso meio. Houve um ano de grandes volumes de
informações repetidas 24h por dia, 7 dias por semana em todos os meios possíveis
para que as pessoas pudessem se prevenir. Um ano de mobilização social para
produção de máscaras e aquisição de equipamentos, compras públicas sem
licitações, bem como para cadastramento, recrutamento de voluntários,
contratação de profissionais, preparação e treinamento de pessoal, enfim,
preparar o sistema de saúde para a pandemia. Um ano de fartura de informações
em canais tradicionais e digitais de todo o planeta noticiando resultados de
pesquisas e experiências práticas, com várias formas de enfrentar dificuldades
na saúde e na economia e com tudo isso, ver o Brasil vivendo o pior momento da
pandemia, estando dentre os piores indicadores do planeta, a frase de Tsé faz
muito sentido em pleno 2021.
Há um ano
começavam as restrições dos governos ao funcionamento do comércio no Brasil,
depois de várias notícias com estas mesmas restrições na Itália, Espanha,
França, Alemanha. Embora já pudéssemos imaginar que as restrições seriam
adotadas por aqui, poucos negócios se prepararam para este cenário. As restrições
começaram surpreendendo muitos, e por isso, muitas redes de cooperação foram criadas,
com muitos voluntários para compartilhar conhecimento, técnicas, ferramentas de
transformação digital, venda on line, ecommerce, televendas, tele-entrega,
aplicativos de vendas, market place, vendas digitais, e outras para seguir
vendendo mesmo não podendo abrir totalmente as lojas físicas. Depois de um ano
de muitas lives gratuitas, de muitas ferramentas de apoio disponibilizadas,
treinamentos realizados por entidades, palestras e apresentações de casos de
sucesso, o novo período de restrições ao comércio ainda pegou muitas empresas
despreparadas. Ao acompanhar esta situação e tendo sido um dos que tentou
auxiliar voluntariamente fazendo pesquisas, mostrando resultados, caminhos,
ferramentas, para manter os negócios com as restrições do distanciamento, tenho
refletido se o problema é “saber e não fazer é ainda não saber”, ou muitas
vezes também é dificuldade de aceitar a mudança, negar a inovação, intolerância
com a necessidade de evolução dos negócios.
Pode faltar
atenção, interesse, saber mais, saber de outra forma, mas muitas outras vezes
falta a atitude para tomar decisões para fazer escolhas que levarão a caminhos
e resultados melhores, assim como falta disciplina e persistência para projetos
de médio e longo prazo. As ações, os investimentos de longo prazo são os que tendem a gerar melhores resultados,
porém são poucos aqueles dispostos à disciplina e à persistência necessárias
para cumprir as etapas e aguardar os retornos, o que faz com que muitos nem
comecem. Para isso, é preciso sabedoria, e este parece ser um insumo mais raro
do que aqueles necessários para produzir vacinas para todos.
Mais
sabedoria para todos nós, um abraço e até a próxima!
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