Crise na saúde, crise econômica, crise política, crise moral... vivemos dias de muitas crises e que, cá entre nós, já davam muitos sinais de que iriam durar bastante. Há tempos vive-se uma crise de bom senso e de ética na responsabilidade social, nas atitudes quanto aos outros e ao que é público, onde levar vantagem sobre os outros chegou a níveis jamais imaginados em outros tempos. Já me manifestei em diversas ocasiões dizendo que esta é a crise que tem ocasionado ou agravado todas as demais.
Levar vantagem em tudo é insustentável a longo prazo. A crise política vem daí, onde a criação e a manutenção de alianças se dá quase que exclusivamente por vantagens individuais ou pequenos grupos, ignorando a melhoria do coletivo. Quanto mais gente se dá conta disso, mais forte fica a crise de confiança. Internamente é o receio de ser enganado, de perder dinheiro ou patrimônio, de arriscar e perder tudo. Externamente, a mudança constante de entendimento sobre leis e normas faz com que não só o futuro, mas por mais incrível que seja, no Brasil, até o passado é incerto. Empreendedor, investidor, de qualquer porte, espera criar algo em setores e atividades confiáveis, mas este cenário parece estar cada vez mais distante no Brasil. O consumidor por sua vez também precisa de confiança para compras mais importantes, compromissos de mais longo prazo e assim, a falta de confiança abala diretamente o consumo.
Notadamente, outra crise decorrente do desejo de levar vantagem em tudo é a especulação, característica muito presente em diversas culturas há tempos, porém, nestes últimos anos com o fenômeno da pós verdade, onde boatos misturados com fatos são lançados a todo o momento com o intuito de especular, alteram o câmbio, a bolsa de valores, a política, a saúde, as vendas, e as diferentes esferas, níveis e escalas.
Sobre crise, também podemos aprender com uma das grandes figuras de nossa história, o físico alemão Albert Einstein, cuja própria vida, é um grande exemplo de superação. Preocupava os pais aos 3 anos ao ter dificuldades em se comunicar e por mais tarde ter reprovado no primeiro vestibular. Na escola, mesmo tendo desempenho com notas acima da média, era considerado mais lento que os colegas de sala na resolução de problemas matemáticos. Foi influenciado por um médico para fazer a leitura de obras complexas, mesmo desde cedo. A superação de dificuldades particulares e as leituras variadas renderam-lhe a condição de ver o mundo muito além de cálculos e física, deixando brilhantes pensamentos sobre os momentos de crises, como este: “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.”
A superação é importante em todos os obstáculos e com ela temos oportunidades de progredir até onde nossas forças permitirem. Albert Eintein ainda tem outro pensamento que deve vir a luz neste momento: “Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Depois de um ano de pandemia, que por vezes parece muito com a primeira semana, depois de quase uma década de embates políticos e jurídicos entre antagonistas que a cada dia ficam mais parecidos entre si, depois de tantos desdobramentos de crise fico com Einsten, no entendimento de que precisamos acabar com a crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Um abraço, e até a próxima!
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