O equilíbrio sempre gera melhores resultados no
médio prazo, e neste texto venho defender que razão e emoção também precisam
andar juntas, na mesma medida, para enfrentar as adversidades que o mundo, o
Brasil, nossas cidades e negócios vivenciam.
Neste mais de um ano de pandemia, quando também
ficaram mais aparentes outras mazelas, as emoções parecem aflorar cada vez mais
e a razão vai ficando fora dos holofotes, dos microfones, dos comportamentos, das
ações, das cartas, das postagens, dos discursos e até dos Decretos.
Quem empreende e segue a
carreira, geralmente tem criatividade e aceita riscos, mas precisa de elementos
concretos para tomar decisões. Neste momento de tanta emoção expressada em
opiniões, discussões, discursos e ações, sobra incerteza e falta racionalidade
e segurança para investir, decidir, inovar, ampliar, principalmente para
aqueles que não têm o suporte de uma equipe interna, ou apoio externo para
análise do ambiente, cenários e perspectivas.
A falta da razão, sobra da emoção, falta de
segurança e elementos concretos dificulta a criatividade e congela ações pelo medo
e angústia, tirando as pessoas do foco, dispersando a atenção e o próprio
juízo. A ciência, mesmo desempenhando o seu melhor papel na pesquisa aplicada
em várias frentes da pandemia, possui muitas limitações, que poderiam ser menores,
se tivesse recebido mais atenção ao longo das últimas décadas. Muita gente,
muitas autoridades e entidades subestimaram a pandemia, e apenas agora todos
começam se dar conta de que não há uma previsão assertiva de quando tudo
passará. Sem elementos concretos para tomar decisões, agir e investir, os
empreendedores, como também a população economicamente ativa vai reduzindo as
iniciativas, compras e ações que fariam aumentar o capital circulando.
A incerteza é a tortura sem fim para quem lidera uma
organização afetada por restrições governamentais, convivendo há mais de um
ano, com aumento de questionamentos e certezas cada vez mais escassas. O
comércio tradicional, focado nos pontos de venda físicos, bem como os setores
de turismo e entretenimento físicos tem um número maior de negócios em
dificuldades. As renegociações de aluguel, tributos, créditos bancários,
títulos, ficam mais difíceis de serem efetivadas sem prazos concretos. Mesmo
que as portas dos estabelecimentos físicos sejam abertas, é provável que
durante um tempo, uma parte dos clientes optará por permanecer mais isolado.
Além disso, há segmentos importantes da população que perderam poder de compra.
Ao tratar comunidades, as pessoas, as empresas tão diferentes entre si, com
regras iguais, a ação do Estado cria mais desigualdade. Cada empresa é um ser
vivo, com suas peculiaridades. Num período de turbulência como este, o melhor
negócio é sobreviver e para isso é preciso sair do marasmo. Antes, é preciso
fazer um “pente fino” para ver se não está sendo desperdiçada energia,
esperança, dinheiro bom e foco em situações que não ajudarão em nada.
O
caminho exige racionalidade, serenidade, prudência e transparência. A redução
de custos sempre pode ser feita também com racionalidade, para não gerar
problemas logo ali adiante. Quase tudo tem risco, a questão é saber quais são e
aqueles que menos impactam na ação planejada. Sem orientação adequada, as
decisões diárias podem se acumular gerando problemas que comprometem a
sustentabilidade do negócio. Estamos diante de uma questão estratégica, que não
tem solução padrão, nem exata. Precisamos em todas as instâncias, sejam elas
particular, coletiva, pública, privada, local, estadual e federal, executivo,
legislativo e judiciário, de mais equilíbrio entre a emoção e a razão.
A
sabedoria está no equilíbrio, então, novamente, desejo mais sabedoria
para todos e até a próxima!
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