É
preciso desenvolver uma nova fase para o país e isso só será possível com o
aumento da qualificação e formação de profissionais. O País tem muitos
recursos, com destaque para os naturais e humanos, porém falta qualificação
profissional de trabalhadores nas mais diferentes áreas, incluindo a melhoria
de processos para conduzir e articular todo o conjunto de forma mais adequada.
Uma
das mais importantes travas da economia de muitos municípios brasileiros é notadamente
a falta de mão-de-obra para ocupar vagas disponíveis, em condições de realizar
um trabalho razoável. Um número cada vez maior de dirigentes empresariais tem
declarado que que suas empresas produziriam muito mais se tivessem mais pessoas
qualificadas para ocupar as vagas não preenchidas em suas equipes. Muitas
empresas estão automatizando parte da produção, motivados pela falta de
mão-de-obra qualificada. Outras porém, seguem com sua atuação limitada a força
de trabalho que possuem. Profissionais com capacidades “não robotizáveis” não
precisam se preocupar com o avanço da automação comercial e industrial, porém, para
que possam fazer aquilo que não pode ser automatizado, é necessário desenvolver
as competências compatíveis. Para isso, obviamente são necessárias várias
mudanças que vão desde o entendimento das famílias enquanto conselheiras e
grandes influenciadoras sobre opções de trabalho e profissão dos filhos, bem
como mudança na concepção dos trabalhadores sobre sua formação, além das
organizações onde trabalham e ainda das instituições de educação profissional e
superior. Os estudantes e os profissionais precisam estar mais dispostos a desenvolver
maior capacidade de abstração, análises, capacidade de tomada de decisão, e
investir em melhoria de sua criatividade, pensamento e atitude inovadora, habilidades
de relacionamento e rigor cognitivo. Profissionais com estas habilidades são
muito desejados e não serão substituídos tão cedo.
É
preciso que em casa, na escola, na faculdade e no ambiente de trabalho se ensine
para a vida e para a realidade do mundo do trabalho. A formação profissional
não pode ficar somente com as instituições de ensino. Os valores precisam vir
de casa, os conceitos e práticas precisam vir da instituição, os empregadores precisam
completar a formação específica conforme as características da empresa e os profissionais
precisam entender-se como aprendizes de forma continuada e ao longo da vida
profissional.
Não
existe futuro sem planejamento e sem organização, e isso vale para famílias,
empresas, instituições e profissionais. Algumas reflexões que circulam pelo
mundo afirmam que o verdadeiro sábio é aquele que nunca para de buscar o
conhecimento. É preciso refletir sobre como os nossos filhos, sobrinhos, amigos
estão praticando e planejando o futuro profissional. As máquinas estão
aprendendo e são programadas para aprender a cada novo procedimento que
realizam. Esta realidade oportuniza emprego para muita gente que atua na área, que
vão substituído o emprego de muita gente que faz o trabalho repetitivo. Surge
então a pergunta sobre como cada um de nós, está programando o cérebro e o
corpo para o aprendizado e a adaptação a cada dia?
As
instituições formadoras, as empresas, as famílias e os profissionais precisam desenvolver
uma nova fase, pois a indústria 4.0 gerou uma realidade que exige novos
profissionais, ou seja, aqueles que estão em constante transformação.
Vemos
muitos movimentos solicitando mudanças, mas equivocadamente ao meu ver, por ter
cobranças “aos outros” de parte a parte sempre. Enquanto cada parte entender
que o problema é do outro e não muda a si mesmo, há poucas chances de melhora. As
famílias querem que as escolas mudem, enquanto as escolas pedem que as famílias
mudem, muitos estudantes evitam o esforço, ao mesmo tempo em que os
profissionais pedem mais vagas de empregos e as empresas querem profissionais
mais qualificados. O cenário exige mudanças nas pessoas, nas famílias, nos
profissionais e nas organizações empregadoras.
Um abraço
e até a próxima!
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