Temos discutido as mudanças que
se aceleram em relação ao perfil de consumo e o alinhamento de forma mais
profunda das indústrias com o comportamento do consumidor, ocasionando a
chamada 4ª Revolução Industrial, com sinais muito evidentes em vários lugares
do mundo. Voltamos neste assunto já abordado na semana passada, considerando sua
amplitude e também os feed backs de vários leitores da coluna e do blog. Definitivamente,
tanto a administração pública, quanto as empresas brasileiras precisam entrar
mais rapidamente nesta onda. O Fórum Econômico Mundial, que
ocorreu na semana passada em Davos, na Suíça teve como tema justamente a 4ª
Revolução Industrial.

Enquanto no Brasil ainda se
discute se o Mercosul deve ser incentivado ou não, a Europa discute a criação
do mercado digital comum, além do incentivo as cadeias regionais de tecnologias
e produtos “verdes” (ecológicos/sustentáveis). Infelizmente o Brasil é conhecido
no mundo pelos baixos investimentos em educação e bem pior que isso, pela má
gestão dos recursos da educação e dos investimentos em tecnologia. Talvez pelo
volume de jovens brasileiros conversando e se entretendo nas redes sociais e em
games, poderia parecer que estamos ficando bons em tecnologia. No entanto, no
volume de pesquisas de novos conhecimentos, na compreensão de leituras disponíveis
na internet e na própria navegação em sites, os jovens brasileiros estão nas
últimas posições do ranking mundial de Inovação Digital. (BBC
Brasil, 2016)
Avança rápido e quem quer acompanhar
melhor precisa acelerar, o alinhamento da indústria com o consumo
hiperconectado e super informado em tempo real, além das mudanças nos sistemas
de produção e consumo, amplo uso da inteligência artificial, com sistemas
preditivos com memória de nossas rotinas, hábitos e costumes. As ações buscam
gerar conveniência, para facilitar a vida das pessoas e também para ganhar
competitividade para as empresas, por saber exatamente o que cada um precisa e
prefere. A preocupação com as energias e tecnologias verdes vai determinar a
prosperidade das empresas nos próximos anos.
É preciso nivelar por cima a
formação dos jovens, a qualificação dos profissionais e os incentivos ao setor
industrial. Não podemos seguir nos satisfazendo com algum consumo de tecnologia
superficial que é desenvolvida no mundo. Na última década o Brasil deixou de
utilizar adequadamente em fundos de reserva e fundos de investimentos em
tecnologia, as rendas e tributos extras oriundas do superciclo de exportações
quando as commodities como grãos e minério de ferro estavam bem valorizados no
mundo.
A ineficiência da gestão pública
é sempre subsidiada com o dinheiro dos contribuintes, mas pior que isso é que a
negligência da gestão dos recursos. Os governos têm resolvido os problemas de
caixa com mais impostos, mas para a melhoria da gestão dos recursos, é preciso melhores
gestores que desenvolvam melhores processos de gestão. Ações
desenvolvimentistas sempre podem ajudar a evitar tendências
recessivas e recuperar empregos. Também é sabido que mais acesso, assim como aumento
da qualidade da educação e da saúde encorajam demanda agregada e aumento de
produtividade, melhorando os indicadores econômicos. Para que nosso país dê
mais alguns passos no ambiente da indústria 4.0, estas condições são
fundamentais.
Podemos começar direcionando
novas e antigas tecnologias para utilização mais eficiente de recursos
naturais, energias renováveis e sustentáveis, e desenvolver casas, empresas e cidades
mais inteligentes e sustentáveis.
Um
abraço e um 2016 de bons negócios para nós!
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