quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A nova revolução industrial

                Temos discutido as mudanças que se aceleram em relação ao perfil de consumo e o alinhamento de forma mais profunda das indústrias com o comportamento do consumidor, ocasionando a chamada 4ª Revolução Industrial, com sinais muito evidentes em vários lugares do mundo. Voltamos neste assunto já abordado na semana passada, considerando sua amplitude e também os feed backs de vários leitores da coluna e do blog. Definitivamente, tanto a administração pública, quanto as empresas brasileiras precisam entrar mais rapidamente nesta onda. O Fórum Econômico Mundial, que ocorreu na semana passada em Davos, na Suíça teve como tema justamente a 4ª Revolução Industrial.
                O aumento da presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade de pessoas, já é plenamente perceptível. Todavia, para os brasileiros viverem, prosperarem e ganharem mais num ambiente plenamente conectado desde a produção até o consumo, é necessário educação de melhor qualidade e mais tecnologia.
                Enquanto no Brasil ainda se discute se o Mercosul deve ser incentivado ou não, a Europa discute a criação do mercado digital comum, além do incentivo as cadeias regionais de tecnologias e produtos “verdes” (ecológicos/sustentáveis). Infelizmente o Brasil é conhecido no mundo pelos baixos investimentos em educação e bem pior que isso, pela má gestão dos recursos da educação e dos investimentos em tecnologia. Talvez pelo volume de jovens brasileiros conversando e se entretendo nas redes sociais e em games, poderia parecer que estamos ficando bons em tecnologia. No entanto, no volume de pesquisas de novos conhecimentos, na compreensão de leituras disponíveis na internet e na própria navegação em sites, os jovens brasileiros estão nas últimas posições do ranking mundial de Inovação Digital. (BBC Brasil, 2016)
                Avança rápido e quem quer acompanhar melhor precisa acelerar, o alinhamento da indústria com o consumo hiperconectado e super informado em tempo real, além das mudanças nos sistemas de produção e consumo, amplo uso da inteligência artificial, com sistemas preditivos com memória de nossas rotinas, hábitos e costumes. As ações buscam gerar conveniência, para facilitar a vida das pessoas e também para ganhar competitividade para as empresas, por saber exatamente o que cada um precisa e prefere. A preocupação com as energias e tecnologias verdes vai determinar a prosperidade das empresas nos próximos anos.
                É preciso nivelar por cima a formação dos jovens, a qualificação dos profissionais e os incentivos ao setor industrial. Não podemos seguir nos satisfazendo com algum consumo de tecnologia superficial que é desenvolvida no mundo. Na última década o Brasil deixou de utilizar adequadamente em fundos de reserva e fundos de investimentos em tecnologia, as rendas e tributos extras oriundas do superciclo de exportações quando as commodities como grãos e minério de ferro estavam bem valorizados no mundo.
                A ineficiência da gestão pública é sempre subsidiada com o dinheiro dos contribuintes, mas pior que isso é que a negligência da gestão dos recursos. Os governos têm resolvido os problemas de caixa com mais impostos, mas para a melhoria da gestão dos recursos, é preciso melhores gestores que desenvolvam melhores processos de gestão. Ações desenvolvimentistas sempre podem ajudar a evitar tendências recessivas e recuperar empregos. Também é sabido que mais acesso, assim como aumento da qualidade da educação e da saúde encorajam demanda agregada e aumento de produtividade, melhorando os indicadores econômicos. Para que nosso país dê mais alguns passos no ambiente da indústria 4.0, estas condições são fundamentais.
                Podemos começar direcionando novas e antigas tecnologias para utilização mais eficiente de recursos naturais, energias renováveis e sustentáveis, e desenvolver casas, empresas e cidades mais inteligentes e sustentáveis.
                Um abraço e um 2016 de bons negócios para nós! 


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