
Os
profissionais, as empresas, as instituições vivem de credibilidade e a medida
em que a credibilidade é abalada, clientes, fornecedores, investidores, e
outros deixam de apostar, investir, comprar, frequentar, por diversos motivos,
como não correr o risco de perder dinheiro, pelo receio de ser enganado e
ainda, para evitar se confundido ou envolvido. Quando estas situações não são bem
tratadas, o afastamento de clientes, frequentadores, recursos, compras, vendas...
começa a transformar o boato em fato, proliferando, avolumando, diversificando,
gerando ou potencializando crises, por vezes rápidas, outras vezes mais
significativas.
Trocar
ideias com mais pessoas, preferencialmente com um grupo de formação
diversificada como direito, comunicação, estratégias de mercado, administração
é altamente salutar e é o que melhor funciona. Analisar cuidadosamente cada
ação e cada reação é mais importante do que a velocidade da reação de quem foi
atingido. Assistimos vez por outra bem próximo de nós, verdadeiros desastres
cometidos na tentativa de “responder” aos boatos. Declarações em redes sociais,
informes em rádio e nota de esclarecimento em jornais são algumas das mais
lamentáveis medidas, provavelmente tomadas “de cabeça quente”, após ouvir duas ou
três pessoas que “...ouviram falar que...”.
Pensem
naquela situação em que um concorrente desleal, ou empregado cuja recisão não
foi pacífica, ou desafeto pessoal que lança um boato de que empresa “X” adquire
produtos de carga roubada ou falsificados, ou que a empresa está a beira da
falência, ou que não tem o cuidado adequado na manipulação de insumos e
alimentos, ou ainda, que não estão habilitados legalmente para o que fazem, dentre
outros possíveis boatos que surgem na nossa sociedade. Há várias atitudes que
podem ser tomadas nestes casos, que vão desde ignorar, passando por reforçar a
comunicação de valor de marca, uma campanha que fortaleça a credibilidade da
marca, melhoraria do processos internos alvos dos boatos, divulgação de certificações
de qualidade, até a busca de reparação judicial por quem lançou e propagou os
boatos. Para escolher as melhores opções diante da situação, é preciso
serenidade, racionalidade e principalmente deixar de lado a indignação que toma
conta nesta hora, que impulsiona atitudes que podem transformar os boatos em
fatos.
Quando
o boato era um comentário a “boca pequena” estava só entre um pequeno número de
pessoas, mas a partir do momento em que o atingido publica na imprensa uma
tentativa de resposta, milhares de leitores
e ouvintes que tinham uma imagem positiva da organização que se defende, outros
que até nem a conheciam bem, passam a imaginar que o problema existe e é
grande, para justificar a vinda a público para se defender. Ao dizer “a empresa
X não pratica tal situação”, as milhares de pessoas que não ouviram o boato
passam a se perguntar “o que houve” e alguns mais curiosos vão pesquisar para
saber os motivos do “porque vieram a público se defender”. Logo vai se ouvir alguém dizer “sempre confiei neles, mas onde
há fumaça, há fogo” e assim por diante. É
justamente em atitudes como esta que os próprios atingidos pelo boato o
transformam em fatos.
Gerir
bem, principalmente as emoções, e se assessorar bem na hora de reagir a um
boato é fundamental para não transformar as especulações em fatos difíceis de
reverter. Serenidade, frieza e racionalidade nas horas mais difíceis “é o
melhor remédio”.
Um
abraço, e até a próxima!
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