sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Mudanças mais profundas na sociedade e no consumo

                Que a sociedade está mudando e cada vez mais rápido, assim como consumo, que por vezes, muda ainda mais, já sabemos. Que mudanças são estas, em parte sabemos e em parte tentamos imaginar, preparando-nos para o que vem pela frente, a partir das pesquisas e sinais que conseguimos ler em diferentes meios. Em recente entrevista para a Revista Exame, Reinaldo Lorenzato, especialista em indústria da HP – Hewlett-Packard Enterprise, uma das maiores indústrias do mundo, nos revela alguns pontos que segundo os estudos de sua equipe, mudarão a sociedade e o consumo nos próximos anos.
                Apesar de continuamente haverem transformações a partir de evoluções constantes, a história mostra momentos em que ocorrem grandes ondas de mudanças. Assim é na indústria com as revoluções industriais, sendo que na entrevista, Lorenzato defende que no Brasil precisamos nos preparar para a indústria 4.0, na qual vários países desenvolvidos já ingressaram. A 1ª revolução industrial, em 1.700 foi marcada pelo uso do vapor e mecanização, a 2ª revolução ficou marcada pelo uso da energia elétrica, o aumento da escala e a redução de custos de produção, enquanto a 3ª revolução industrial tem sido feita pela automação e inserção da robótica nos processos repetitivos, insalubres, ou que exigem muita precisão.
                No passado as descobertas da indústria que vinham para o mercado balizavam o comportamento da sociedade, ditando tendências. Hoje, são muito claras as evidências de que mais indústrias são influenciadas pelas pessoas e pela sociedade, o que exige que as empresas se reinventem, assim como os diferentes setores de serviço.
                Phillip Kotler no livro Marketing 3.0 já afirmou que o avanço da tecnologia exige colaboração e a integração. Reinaldo, por sua vez tem afirmado que as mudanças devem vir para conectar o ecossistema industrial aos sistemas de consumo, suprimentos, sustentabilidade e outros. Ele diz que podemos esperar indústrias cada vez mais limpas, assim como sua produção e por consequência, o próprio consumo mais limpo. Quando um produto é produzido e vai para uma prateleira está estocando recursos diversos, entre eles matéria prima, energia, mão de obra. Isso quer dizer que dependendo do produto, se ele não for usado, pode ser reaproveitado. Por outro lado, o que muita gente esquece de analisar, é que energia, mão de obra, tempo e outros, nunca poderão ser reaproveitados. Quando a indústria, a sociedade e o consumo colaborarem entre si, teremos um consumo mais consciente, mais limpo e mais sustentável.
                Vemos a desindustrialização do Brasil em função da alta carga tributária, assim como a acelerada desindustrialização de alguns países europeus pelo custo da mão de obra e normas ambientais. Em contrapartida, vemos a forte industrialização de vários países asiáticos, com escalas impressionantemente gigantes. Todavia, veem-se sinais de que a longo prazo haverá um freio no consumismo, fazendo com que indústria, sociedade e consumidor revejam seus processos e hábitos. O que se pode ver é surgir tanto no Brasil, como na Europa, em especial na Alemanha e França, produções em menor escala, mais personalizada, com mais tecnologia e mais valor agregado.
                Sempre que atendo a alguns pais, com dúvidas sobre a formação de seus filhos costumo lembrar que as revoluções industriais, com a mecanização, informatização e agora com automação/robotização nunca reduziram o uso da mão de obra a ponto de desempregar em massa, como alguns apocalípticos diziam a cada nova onda. O que ocorre é que vemos de forma mais acelerada a migração do volume de mão de obra braçal, para uma mão de obra bem mais intelectual, com capacidade de criação, inovação, pesquisa, análise e bastante conhecimento técnico em algumas áreas. É fácil ver que na indústria temos cada vez menos gente carregando coisas e apertando parafusos e mais Engenheiros projetando.
                Nossas empresas precisam ser mais limpas, mais inteligentes e buscar um alinhamento cada vez mais rápido e mais forte com o seu público. Assim, teremos mais chances de ver nossos negócios prosperarem também, ao invés de somente admirar o que os outros estão conseguindo.

                Um abraço e um 2016 de bons negócios para nós!  

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