
Claro que o conceito de “ser do
bem” pode ser tão diferente para cada um de nós, que tenho certeza que seria
injusta e incompleta uma tentativa de definir objetivamente o que é “ser do
bem”. Me parece que cada um de nós tem um conceito diferente, mesmo que nos detalhes,
sobre quem “é do bem” para nós. A filósofa francesa Simone Weil dizia que “O bem
é aquilo que dá maior realidade aos seres e às coisas, enquanto que o mal é
aquilo que disso nos priva.”
Para muitos, fazer o bem é
dividir suas riquezas. Para alguns, fazer o bem é revelar as riquezas dos
outros. Sempre há o que dividirmos com os outros e sempre há como auxiliar o
outro a entender os seus próprios valores. Uma das primeiras coisas que
tentamos ensinar aos filhos é a diferença entre o bom e o ruim e depois, entre
o bem e o mal. Todavia, falta-nos explicar melhor sobre como fazer o bem.
Talvez falte a muitos o próprio entendimento do que é ser e fazer o bem, pois
ninguém deveria confundir o bem com a inércia e a passividade. A bondade não
pode ficar somente nas palavras, precisa ser percebida nos fatos. Quem fica “na
sua”, dizendo que não faz mal a ninguém e entendendo que é do bem, deveria
rever seus conceitos. Para ser do bem, precisamos fazer o bem!
As habilidades que
desenvolvemos, a autoridade e os poderes que temos e recebemos deveriam
representar competências para fazermos boas ações. Ouço e vejo quem diz que não
faz “...porque não merecem...” e sempre que posso, recordo a estes a frase do
pensador francês Joseph Joubert “a bondade consiste em estimar e amar os outros
para além do que eles merecem”. Quando a gente fica se questionando se alguém
merece algo de bom que temos a oferecer, temos que questionar a nossa própria
bondade, o nosso próprio conceito de fazer o bem. Ao fazer o bem não se deve
esperar algo em troca, pois assim, frequentemente nos frustraremos. Precisamos
fazer o bem pelo que acreditamos. Eu mesmo já fui tratado injustamente, assim
como já fui traído em relações profissionais, por gente que ajudei muito! No
entanto, sigo pensando que fazem parte de um pequeno grupo de infelizes que não
conseguirão aproveitar o que recebem, enquanto não entenderem a importância da gratidão
e o que é ser do bem, e que não mudarão a minha vontade de promover o bem,
independente de quem merece ou não!
Aquelas pessoas que ao longo do
tempo repetem ações do bem contribuindo com a vida de familiares, colegas,
amigos, desconhecidos, com os animais, com a natureza... nos deixam com a
percepção de que são do bem. Mas sabemos que há muito mais gente do bem, no
anonimato, fazendo muitas coisas boas e outros ainda fazendo pequenas boas
ações que poderiam se multiplicar, mas que por falta de uma articulação maior,
não se propagam.
O fato é que precisamos bem mais
pessoas para abrir portas, puxar cadeiras, porque também é fato, que já há
gente demais “puxando tapetes”. Como é bom estar e conversar com gente do bem!
As conversas são mais alegres, mais positivas e as presenças são de melhor
astral, deixando o clima sempre mais leve e uma partida em paz, com desejo do
próximo encontro. Aquelas conversas em que há um interlocutor pronto para
contar situações constrangedoras e difíceis de seus conhecidos, até apimentando
um pouco, para ter mais atenção dos ouvintes, não contribuem com a vida de
ninguém, não é mesmo? Contar ou comentar uma dificuldade ou uma situação
constrangedora de um colega, amigo, conhecido, não faz bem para quem conta,
tampouco para quem ouve, mas com certeza faz mal para quem é o alvo do
comentário.
“Só o que faz bem ao homem pode
fazê-lo feliz”, foi uma das frases célebres de Santo Agostinho. É possível
comprovar esta máxima ao ouvir depoimentos de pessoas que auxiliam ou mantém
projetos sociais, ambientais, ou são voluntárias em Igrejas, lar de meninos e
meninas, lar de idosos, hospitais, comunidades, grupos de jovens e outros
tantos.
É bom estar com quem é do bem
nas amizades, no trabalho, nas equipes e nas relações comerciais. Seja do bem,
e faça o bem! É muito melhor para você e para todos!
Um
abraço, e até a próxima!
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