terça-feira, 22 de novembro de 2016

Gente do bem

                Tem uma expressão que eu gosto muito de ouvir, que para alguns conhecidos é a referência ao citarem determinadas pessoas, que é “Esse/a aí é do bem!”
                Claro que o conceito de “ser do bem” pode ser tão diferente para cada um de nós, que tenho certeza que seria injusta e incompleta uma tentativa de definir objetivamente o que é “ser do bem”. Me parece que cada um de nós tem um conceito diferente, mesmo que nos detalhes, sobre quem “é do bem” para nós. A filósofa francesa Simone Weil dizia que “O bem é aquilo que dá maior realidade aos seres e às coisas, enquanto que o mal é aquilo que disso nos priva.”
                Para muitos, fazer o bem é dividir suas riquezas. Para alguns, fazer o bem é revelar as riquezas dos outros. Sempre há o que dividirmos com os outros e sempre há como auxiliar o outro a entender os seus próprios valores. Uma das primeiras coisas que tentamos ensinar aos filhos é a diferença entre o bom e o ruim e depois, entre o bem e o mal. Todavia, falta-nos explicar melhor sobre como fazer o bem. Talvez falte a muitos o próprio entendimento do que é ser e fazer o bem, pois ninguém deveria confundir o bem com a inércia e a passividade. A bondade não pode ficar somente nas palavras, precisa ser percebida nos fatos. Quem fica “na sua”, dizendo que não faz mal a ninguém e entendendo que é do bem, deveria rever seus conceitos. Para ser do bem, precisamos fazer o bem!
                As habilidades que desenvolvemos, a autoridade e os poderes que temos e recebemos deveriam representar competências para fazermos boas ações. Ouço e vejo quem diz que não faz “...porque não merecem...” e sempre que posso, recordo a estes a frase do pensador francês Joseph Joubert “a bondade consiste em estimar e amar os outros para além do que eles merecem”. Quando a gente fica se questionando se alguém merece algo de bom que temos a oferecer, temos que questionar a nossa própria bondade, o nosso próprio conceito de fazer o bem. Ao fazer o bem não se deve esperar algo em troca, pois assim, frequentemente nos frustraremos. Precisamos fazer o bem pelo que acreditamos. Eu mesmo já fui tratado injustamente, assim como já fui traído em relações profissionais, por gente que ajudei muito! No entanto, sigo pensando que fazem parte de um pequeno grupo de infelizes que não conseguirão aproveitar o que recebem, enquanto não entenderem a importância da gratidão e o que é ser do bem, e que não mudarão a minha vontade de promover o bem, independente de quem merece ou não!  
                Aquelas pessoas que ao longo do tempo repetem ações do bem contribuindo com a vida de familiares, colegas, amigos, desconhecidos, com os animais, com a natureza... nos deixam com a percepção de que são do bem. Mas sabemos que há muito mais gente do bem, no anonimato, fazendo muitas coisas boas e outros ainda fazendo pequenas boas ações que poderiam se multiplicar, mas que por falta de uma articulação maior, não se propagam.
                O fato é que precisamos bem mais pessoas para abrir portas, puxar cadeiras, porque também é fato, que já há gente demais “puxando tapetes”. Como é bom estar e conversar com gente do bem! As conversas são mais alegres, mais positivas e as presenças são de melhor astral, deixando o clima sempre mais leve e uma partida em paz, com desejo do próximo encontro. Aquelas conversas em que há um interlocutor pronto para contar situações constrangedoras e difíceis de seus conhecidos, até apimentando um pouco, para ter mais atenção dos ouvintes, não contribuem com a vida de ninguém, não é mesmo? Contar ou comentar uma dificuldade ou uma situação constrangedora de um colega, amigo, conhecido, não faz bem para quem conta, tampouco para quem ouve, mas com certeza faz mal para quem é o alvo do comentário.
                “Só o que faz bem ao homem pode fazê-lo feliz”, foi uma das frases célebres de Santo Agostinho. É possível comprovar esta máxima ao ouvir depoimentos de pessoas que auxiliam ou mantém projetos sociais, ambientais, ou são voluntárias em Igrejas, lar de meninos e meninas, lar de idosos, hospitais, comunidades, grupos de jovens e outros tantos.
                É bom estar com quem é do bem nas amizades, no trabalho, nas equipes e nas relações comerciais. Seja do bem, e faça o bem! É muito melhor para você e para todos!

                Um abraço, e até a próxima!  

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